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Desábato não fala. Colegas criticam
Buenos Aires - Nunca antes o Quilmes chamou tanto a atenção da mídia argentina como nesta sexta-feira à noite, quando o time desembarcou no aeroporto de Ezeiza proveniente de São Paulo. Com um de seus jogadores, Leandro Desábato - até esta semana um ilustre desconhecido - acusado de proferir expressões racistas e de ter cometido injúria contra o jogador Grafite, o grupo desceu às 21h50 do vôo da TAM JJ 8004 com um suspiro de alívio.
Inesperadamente famosos, os integrantes do time estavam sendo esperados por uns vinte jornalistas e meia dúzia de equipes de TV, algo insólito na história do time. Duas dezenas de torcedores celebraram discretamente o retorno do time, que só apareceu no saguão do aeroporto às 22h35.
No entanto, Desábato preferiu não fazer declarações à imprensa. Parte dos jogadores subiu a um ônibus que os esperava e partiu rapidamente de Ezeiza.
Outro grupo de jogadores preferiu deixar o aeoroporto por conta própria. Um deles, o goleiro Marcelo Pontirolli, em breves declarações aos jornalistas, afirmou que ainda estavam pendentes no Brasil algumas questões jurídicas. Mas, ressaltou que "o principal foi poder voltar à Argentina. Lá no Brasil nos sentíamos muito sozinhos".
Segundo Pontirolli, "El Chavo (apelido de Desábato) tinha que assinar uns papéis, por isso não ficou para conversar com o jornalismo. Entendam... foi muito duro para ele".
Outro jogador, Agustín Ayales, sustentou que não existe racismo no time do Quilmes: "temos amigos que são ´pessoas de cor´ e eles podem dizer que sempre foram bem tratados. Chamar alguém de ´negro´ é como chamar alguém de ´baixinho´, ´orelhudo´ e assim por diante".
Ayales declarou que sentia "vergonha alheia" pelo "comportamento da justiça brasileira". Segundo ele, "trataram o Leandro como se fosse um delinqüente".
O Quilmes foi fundado em 1887, o que o torna um dos times de futebol mais antigos deste país e da América do Sul. No entanto, ao longo do século XX, e especialmente nas últimas décadas, foi um time inexpressivo, praticamente só conhecido em sua própria cidade homônima.
Para a maioria dos argentinos, o nome "Quilmes" remete geralmente à cerveja produzida pela fábrica originalmente instalada nesse município, adquirida há dois anos pela brasileira AmBev. Por este motivo, ironicamente os integrantes do time de futebol são chamados de "cerveceros" (cervejeiros).
Panaca - Horas antes da chegada de Desábato, o irmão do jogador, Mauro, foi filmado pelo canal de TV Telefé no momento em que recebeu a ligação do jogador para dizer que estava vindo para o país. Mauro, ao atender, mostrou que a família está acostumada a proferir palavrões com facilidade, e em público. "Que decís pelotudo?" (Que é que você conta, seu panaca?), foi a forma como iniciou a conversa.
O presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Julio Grondona, relativizou as palavras racistas pronunciadas por Desábato no Morumbi. Segundo Grondona, que há 26 anos comanda a AFA, "o futebol é algo passional... talvez houve um pouco de exagero. Não é a mesma coisa xingar na rua do que no estádio". No ano passado o presidente da AFA foi acusado pelas principais associação judaicas do país de ter realizado declarações anti-semitas.
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Inesperadamente famosos, os integrantes do time estavam sendo esperados por uns vinte jornalistas e meia dúzia de equipes de TV, algo insólito na história do time. Duas dezenas de torcedores celebraram discretamente o retorno do time, que só apareceu no saguão do aeroporto às 22h35.
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Segundo Pontirolli, "El Chavo (apelido de Desábato) tinha que assinar uns papéis, por isso não ficou para conversar com o jornalismo. Entendam... foi muito duro para ele".
Outro jogador, Agustín Ayales, sustentou que não existe racismo no time do Quilmes: "temos amigos que são ´pessoas de cor´ e eles podem dizer que sempre foram bem tratados. Chamar alguém de ´negro´ é como chamar alguém de ´baixinho´, ´orelhudo´ e assim por diante".
Ayales declarou que sentia "vergonha alheia" pelo "comportamento da justiça brasileira". Segundo ele, "trataram o Leandro como se fosse um delinqüente".
O Quilmes foi fundado em 1887, o que o torna um dos times de futebol mais antigos deste país e da América do Sul. No entanto, ao longo do século XX, e especialmente nas últimas décadas, foi um time inexpressivo, praticamente só conhecido em sua própria cidade homônima.
Para a maioria dos argentinos, o nome "Quilmes" remete geralmente à cerveja produzida pela fábrica originalmente instalada nesse município, adquirida há dois anos pela brasileira AmBev. Por este motivo, ironicamente os integrantes do time de futebol são chamados de "cerveceros" (cervejeiros).
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Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/346128/visualizar/
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