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Internacional
Sábado - 16 de Abril de 2005 às 08:45

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O governo japonês mostrou sua indiganação neste sábado pela nova onda de manifestações e ataques contra alvos japoneses na China, precisamente em Xangai, em meio à passividade das autoridades e forças da ordem.

No comunicado oficial, divulgado pelo porta-voz de Relações Exteriores japonês, Hatsuhisa Takashima, Tóquio afirma que esses "atos de destruição e violência" não deveriam ser permitidos e mostrar o temor de que essas ações fujam do controle.

O governo do Japão também condena os ataques contra propriedades japonesas em Xangai e afirma ter recebido informações não confirmadas sobre a destruição de carros e ataques contra restaurantes de cidadãos japoneses em Hangzhou.

Em outras declarações, o ministro de Relações Exteriores japonês, Nobutaka Machimura, disse à imprensa que eles estão tentando saber se as versões sobre a queima de um restaurante japonês em Xangai são verdadeiras, segundo a agência de notícias Kyodo.

"O que podemos dizer é que o sistema de segurança de Xangai é insuficiente", disse o chefe da diplomacia japonesa, que vai manter sua viagem para Pequim amanhã.

Machimura usará a visita para tentar diminuir a tensão entre os dois países, mas também prevê exigir que Pequim assuma as responsabilidades e pague os prejuízos sofridos por cidadãos japoneses nas manifestações deste sábado e do fim de semana passado, quando três jovens japoneses foram agredidos a pauladas por várias pessoas.

Dezenas de milhares de pessoas fizeram uma manifestação hoje em Xangai, a maior cidade da China, e atacaram o consulado japonês com pedras, enquanto gritavam "porcos japoneses, fora daqui", "os invasores japoneses devem morrer" e "a guerra contra o Japão ainda não terminou", entre outros.

A rede de televisão japonesa NHK mostrou imagens dos danos materiais sofridos por estabelecimentos e restaurantes japoneses em Xangai e nas localidades de Tianjin y Hangzhou.

O que aparentemente motivou os protestos foi a publicação de uma obra fundamental na escola japonesa que, segundo chineses e sul-coreanos, encobre a responsabilidade do Japão em sua invasão desses países antes da II Guerra Mundial e dos massacres que vieram em seguida.

Por outro lado, o Japão acusa os líderes chineses e sul-coreanos de tentar manipular sua população incentivando o ódio contra os japoneses, apesar das repetidas desculpas de Tóquio pelos seus crimes de guerra.

Segundo políticos japoneses disseram essa semana, o objetivo é impedir que o Japão se torne membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e cortar a influência japonesa no leste da Ásia e sua crescente rivalidade com a China.



Em declarações às televisões e jornais, vários políticos do Japão lembraram que se existe um país que esconde a história de sua opinião pública é a China, que evita explicar a seus estudantes o massacre de Tiannanmen, em 1989, a aniquilação de um milhão de tibetanos e as brutais perseguições comunistas.

Por sua vez, a imprensa japonesa destacou por trás das manifestações anti-japonesas na China, também há motivações econômicas, como a recente decisão do Japão de começar a explorar gás em uma área do Mar da China reivindicada pelos dois países.





Fonte: EFE

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