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Economia
Sábado - 16 de Abril de 2005 às 07:32
Por: Diego Toledo

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O candidato brasileiro à direção-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Luiz Felipe Seixas Corrêa, abandonou a disputa nesta sexta-feira ao obter o menor índice de apoio na primeira rodada das consultas que definem quem vai ocupar o cargo.

O francês Pascal Lamy, ex-comissário de comércio da União Européia, foi o candidato preferido na primeira rodada.

Em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou o fato do resultado ter sido anunciado sem a divulgação dos números da votação. O chanceler sugeriu que isso indica uma “falta de transparência” na escolha do novo diretor-geral da OMC.

“Uma coisa é a confidencialidade, é não dizer quem votou em quem, o que é natural”, disse o ministro. “Outra coisa é não dar números.”

“Como posso saber exatamente se houve aferição de preferência por preferência (sic), ou se fizeram média ponderada?”, indagou Amorim. “Eu não sei”, concluiu.

Num comunicado, o Itamaraty afirmou que "embora tenhamos dúvidas em relação aos critérios que foram empregados para colher as preferências dos países membros da OMC e aos parâmetros utilizados para interpretá-los, não iremos contestá-los".

"Lamentamos, contudo, que a forma como a avaliação foi apresentada – sem números ou indicações precisas – não tenha contribuído em nada para melhorar a imagem de falta de transparência freqüentemente imputada à OMC."

Processo de escolha

Nesta sexta-feira, a visita de campanha que Seixas Corrêa faria ao Parlamento Europeu na semana que vem foi cancelada. A viagem fazia parte da programação do diplomata para sua campanha pela direção do órgão.

Os outros dois candidatos à direção-geral da OMC são o embaixador uruguaio Carlos Pérez del Castillo e o chanceler das Ilhas Maurício, Jaya Krishna Cuttaree. As consultas são baseadas em listas de preferências apresentadas pelos países membros da organização.

Segundo as regras da OMC, as consultas são feitas para se chegar a um consenso na escolha da liderança da entidade. O resultado desta sexta-feira é fruto da primeira rodada de consultas com todos os 148 membros do órgão.

O candidato que recebe o menor apoio não é obrigado a deixar a corrida nem necessariamente abandona automaticamente sua campanha, embora isso seja esperado.

O próprio Seixas Corrêa disse em uma entrevista recente que, após o anúncio da consulta, "os candidatos terão algum tempo ainda para consultar os seus governos, avaliar as conclusões e deliberar sobre o futuro do processo, mas é muito possível que, no momento em que isso ocorra, que haja um lance, seja filtrado".

Ainda estão previstas outras duas rodadas: uma no final do mês de abril, quando um outro candidato deverá ser eliminado, e a rodada final, em maio, quando o novo presidente da organização deverá ser finalmente escolhido.

O eleito substituirá, em setembro, o atual presidente, o tailandês Supachai Panitchpakdi. Elogios de Furlan

Na quinta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, fez vários elogios ao candidato francês Pascal Lamy, durante uma coletiva de imprensa em Paris.

Furlan afirmou que Lamy "foi um protagonista nas relações entre a União Européia e o Mercosul e também teve um importante papel na OMC como representante da União Européia".

"Não podemos dizer que ele não esteja preparado para o cargo", disse o ministro.

Em nenhum momento da entrevista o ministro citou o nome de Seixas Corrêa - nem mesmo quando falou que os "outros candidatos", como Pascal Lamy, também estão fazendo campanha para obter apoio internacional às suas candidaturas.

* Colaboraram Adriana Stock, de Londres, Carolina Cimenti, de Bruxelas e Daniela Fernandes, de Paris.





Fonte: BBC Brasil

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