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Estado de exceção em Quito leva milhares às ruas
Dezenas de milhares de pessoas se concentraram nesta noite de sexta-feira na avenida Shyris, no centro de Quito, em desafio ao estado de exceção decretado na capital equatoriana pelo presidente Lucio Gutiérrez, que também determinou a dissolução da Suprema Corte do país.
Com bandeiras equatorianas, batendo panelas e com gritos de "que saiam", contra o governo e a classe política do país, os manifestantes desafiam na rua o decreto presidencial, contra o qual também protestam milhares de motoristas que percorrem Quito tocando as buzinas de seus veículos.
Também nos arredores da emissora Radio La Luna, por volta de três mil pessoas se juntaram para proteger este meio, que foi o sinal usado pelos manifestantes para convocar os protestos que aconteceram nas últimas três noites.
Um rumor sobre um possível fechamento da emissora fez os cidadãos irem para sua sede, onde aconteceu um pequeno incidente com um grupo de simpatizantes do governo, mas que não deixou vítimas.
Já o prefeito da província de Pichincha, cuja capital é Quito, Ramiro González, em entrevista à televisão, disse que pelo menos dez pessoas foram detidas e acrescentou que "o único responsável do que possa vir a acontecer será o ditador Gutiérrez".
González expressou sua indignação pela atitude do governante e assegurou que o povo de Quito e de Pichincha "resistirão" às decisões de Gutiérrez.
O prefeito de Quito, o ex-general Paco Moncayo, lamentou que uma "situação irregular" como o estado de exceção decretado por Gutiérrez tenha sido respaldado pelas Forças Armadas.
Segundo Moncayo, o Equador vive uma ditadura desde 8 de dezembro, quando uma maioria parlamentar ligada ao governo destituiu os juízes da Suprema Corte.
"O que este decreto faz é desmascarar a ditadura", acrescentou o prefeito da capital, depois de precisar que "a ditadura é de quem rompe a Constituição e dos que respaldam a ruptura" da Carta Magna.
"Vamos resistir às decisões inconstitucionais com a desobediência civil, porque não podemos viver sem uma reação digna em um episódio como este", ressaltou Moncayo.
Já o vice-presidente do Equador, Alfredo Palacio, rejeitou nesta sexta-feira o "estado ditatorial" em que, a seu critério, caiu o Equador, perturbado pela declaração do estado de exceção em Quito pelo presidente, Lucio Gutiérrez.
Depois de expressar sua "dor ante a tragédia que atravessa o país", Palacio rejeitou "o estado ditatorial que está vivendo a nação neste momento".
Palacio expressou "o respaldo do vice-presidente eleito pelo povo" à população de Quito, à qual classificou de "heróica" e insistiu: "Peço ao presidente que revogue esse decreto ditatorial".
Ex-presidente desaprova decisão
O ex-presidente do Equador, Abdala Bucaram, que retornou a seu país no dia 2 de abril, após oito anos de exílio no Panamá, classificou de equivocada a decisão adotada nesta sexta-feira pelo atual chefe de Estado.
"O presidente da República tomou uma decisão equivocada", afirmou Bucaram, que defendeu a vigência do alto Tribunal, reorganizado em 8 de dezembro e que era presidido por seu amigo, Guillermo Castro.
Bucaram, que conseguiu voltar ao Equador porque Castro anulou os julgamentos que por suposta corrupção pesavam contra si, indicou que a dissolução da Suprema Corte deve ser aproveitada para obrigar o Congresso a reformar a lei da função judicial.
"O positivo disto é que o Congresso nacional deve fazer um processo de reforma da função judicial e depois tem que chegar-se ao que eu sempre sustentei, a consulta popular", indicou Bucaram à emissora de televisão Canal Uno.
O ex-governante (agosto 1996-fevereiro 1997) crescentou que com um plebiscito se poderia despolitizar definitivamente a Justiça.
No entanto, disse que "outra alternativa seria uma assembléia constituinte, que aprove outro mecanismo de designação de magistrados, para que se entenda que o poder judicial deve ser independente e autônomo".
Sobre a anulação dos processos que pesavam contra ele e os pedidos de vários manifestantes para que sejam retomados, Bucaram disse que a Corte já se pronunciou sobre esses casos e que já não têm validade.
"São processos que já estão arquivados", apesar de a Corte Suprema ter sido dissolvida pelo governo, explicou Bucaram.
Com bandeiras equatorianas, batendo panelas e com gritos de "que saiam", contra o governo e a classe política do país, os manifestantes desafiam na rua o decreto presidencial, contra o qual também protestam milhares de motoristas que percorrem Quito tocando as buzinas de seus veículos.
Também nos arredores da emissora Radio La Luna, por volta de três mil pessoas se juntaram para proteger este meio, que foi o sinal usado pelos manifestantes para convocar os protestos que aconteceram nas últimas três noites.
Um rumor sobre um possível fechamento da emissora fez os cidadãos irem para sua sede, onde aconteceu um pequeno incidente com um grupo de simpatizantes do governo, mas que não deixou vítimas.
Já o prefeito da província de Pichincha, cuja capital é Quito, Ramiro González, em entrevista à televisão, disse que pelo menos dez pessoas foram detidas e acrescentou que "o único responsável do que possa vir a acontecer será o ditador Gutiérrez".
González expressou sua indignação pela atitude do governante e assegurou que o povo de Quito e de Pichincha "resistirão" às decisões de Gutiérrez.
O prefeito de Quito, o ex-general Paco Moncayo, lamentou que uma "situação irregular" como o estado de exceção decretado por Gutiérrez tenha sido respaldado pelas Forças Armadas.
Segundo Moncayo, o Equador vive uma ditadura desde 8 de dezembro, quando uma maioria parlamentar ligada ao governo destituiu os juízes da Suprema Corte.
"O que este decreto faz é desmascarar a ditadura", acrescentou o prefeito da capital, depois de precisar que "a ditadura é de quem rompe a Constituição e dos que respaldam a ruptura" da Carta Magna.
"Vamos resistir às decisões inconstitucionais com a desobediência civil, porque não podemos viver sem uma reação digna em um episódio como este", ressaltou Moncayo.
Já o vice-presidente do Equador, Alfredo Palacio, rejeitou nesta sexta-feira o "estado ditatorial" em que, a seu critério, caiu o Equador, perturbado pela declaração do estado de exceção em Quito pelo presidente, Lucio Gutiérrez.
Depois de expressar sua "dor ante a tragédia que atravessa o país", Palacio rejeitou "o estado ditatorial que está vivendo a nação neste momento".
Palacio expressou "o respaldo do vice-presidente eleito pelo povo" à população de Quito, à qual classificou de "heróica" e insistiu: "Peço ao presidente que revogue esse decreto ditatorial".
Ex-presidente desaprova decisão
O ex-presidente do Equador, Abdala Bucaram, que retornou a seu país no dia 2 de abril, após oito anos de exílio no Panamá, classificou de equivocada a decisão adotada nesta sexta-feira pelo atual chefe de Estado.
"O presidente da República tomou uma decisão equivocada", afirmou Bucaram, que defendeu a vigência do alto Tribunal, reorganizado em 8 de dezembro e que era presidido por seu amigo, Guillermo Castro.
Bucaram, que conseguiu voltar ao Equador porque Castro anulou os julgamentos que por suposta corrupção pesavam contra si, indicou que a dissolução da Suprema Corte deve ser aproveitada para obrigar o Congresso a reformar a lei da função judicial.
"O positivo disto é que o Congresso nacional deve fazer um processo de reforma da função judicial e depois tem que chegar-se ao que eu sempre sustentei, a consulta popular", indicou Bucaram à emissora de televisão Canal Uno.
O ex-governante (agosto 1996-fevereiro 1997) crescentou que com um plebiscito se poderia despolitizar definitivamente a Justiça.
No entanto, disse que "outra alternativa seria uma assembléia constituinte, que aprove outro mecanismo de designação de magistrados, para que se entenda que o poder judicial deve ser independente e autônomo".
Sobre a anulação dos processos que pesavam contra ele e os pedidos de vários manifestantes para que sejam retomados, Bucaram disse que a Corte já se pronunciou sobre esses casos e que já não têm validade.
"São processos que já estão arquivados", apesar de a Corte Suprema ter sido dissolvida pelo governo, explicou Bucaram.
Fonte:
Agência EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/346201/visualizar/
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