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Nacional
Sexta - 15 de Abril de 2005 às 20:50
Por: Rita Tavares

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São Paulo - O ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) disse que vê "sinais de instabilidade política" no País que podem vir a contaminar a estabilidade econômica. Desde novembro de 2004, e sobretudo a partir da eleição do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), como seu sucessor, João Paulo disse que as dificuldades para o governo Lula aumentaram. "Precisamos recuperar a estabilidade política para sustentar a estabilidade econômica", afirmou, admitindo que há "o risco de contaminação".

Ao discursar em almoço em sua homenagem na Bovespa, João Paulo disse que procurou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e a ex-prefeita Marta Suplicy, seus adversários na disputa pela indicação do partido ao governo de São Paulo, para dar sua contribuição pró-estabilidade.

Segundo ele, "estamos num momento complicado", em que se deve evitar confrontos internos. "É preciso dar uma contribuição para tranqüilizar o País e secundarizar a disputa em São Paulo", afirmou. Após ter telefonado para Mercadante com esta proposta, ele conversou com Marta nesta manhã e os dois devem ser reunir brevemente.

João Paulo evitou atribuir culpas por esse momento de "instabilidade política", dizendo apenas que "há problemas na política que precisam ser resolvidos". A vitória de Severino "foi um elemento", mas não seria "o foco" dos obstáculos políticos do governo Lula. O ex-presidente da Câmara citou a derrota do governo na votação da MP 232 e, agora, as dificuldades com a MP 242. Citou ainda a dificuldade de avançar nas reformas tributária e política.

Ao ser indagado por um jornalista se esse clima mais difícil no Congresso não era reflexo da proximidade da eleição presidencial, respondeu: "Toda véspera de eleição é assim. Se a gente sabe que é assim, é preciso se preparar. O processo eleitoral não pode contaminar o bom andamento do Estado".

Nepotismo

João Paulo disse que os parentes indicados por autoridades do governo Lula deveriam deixar os cargos que ocupam na administração pública. "Se for órgão público, com contratos por livre provento e o chefe deste parente ser quem o indicou, deveria sair sim", respondeu, ao ser indagado sobre o nepotismo.

Ele saiu em defesa das mulheres dos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) que ocupam cargos, mas foram aprovadas em concurso público. "O nepotismo tem de ser condenado", disse o ex-presidente da Câmara, defendendo que o concurso público seja a única forma de acesso ao mercado de trabalho público.





Fonte: Agência Estado

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