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Internacional
Sexta - 15 de Abril de 2005 às 19:10

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Uma recente inspeção de segurança havia recomendado melhorias ao hotel de Paris destruído na noite de ontem por um incêndio. A prefeitura informou, no entanto, que o inspetor da direção de proteção ao público que fez a recomendação no dia 24 de março considerou que o hotel Paris-Opera poderia continuar funcionando. Vinte pessoas morreram, a metade delas crianças, e 11 ficaram gravemente feridas, segundo dados oficiais.

Entre as melhorias a serem feitas, estavam a revisão da instalação elétrica e o acondicionamento da caldeira de gás, bem como a fixação em todos os quartos do procedimento a ser seguido em caso de incêndio.

Segundo as autoridades, o hotel - ocupado principalmente por famílias de imigrantes hospedadas pelos serviços sociais - só tinha uma saída, o que está de acordo com as normas para um estabelecimento desse tipo.

No entanto, a capacidade autorizada - 61 pessoas em 32 quartos, distribuídos em cinco andares - era desrespeitada. Segundo a Prefeitura de Paris, havia 79 pessoas hospedadas no hotel: 65 pelo serviço social estatal e quatro famílias com seis adultos e oito crianças por decisão municipal.

O incêndio, um dos mais graves de Paris nos últimos 35 anos, comoveu os habitantes da cidade e o presidente da França, Jacques Chirac, que expressou seu "horror" pelo ocorrido. O primeiro-ministro da França, Jean-Pierre Raffarin, também "perturbado" pelo drama, pediu uma investigação imediata para esclarecer as causas e definir se são necessárias "novas regras" para evitar outros incidentes.

A Procuradoria de Paris abriu uma investigação preliminar por "homicídio involuntário". Investigadores acreditam em acidente. Suspeita-se que o fogo tenha começado em um cômodo do primeiro andar, onde o café da manhã estava sendo preparado.

O drama gerou novos pedidos de associações às autoridades francesas para que tomem rapidamente medidas a favor da população de rua ou hospedada em péssimas condições, e que deixem de colocá-los nesses hotéis-pensão muitas vezes insalubres. "É um escândalo humano e uma heresia econômica", disse um membro da Fundação do Abad Pierre, afirmando que o dinheiro gasto para alojar pessoas nesses hotéis deveria ser utilizado na construção de casas populares.





Fonte: EFE

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