General sérvio pode se entregar em breve ao TPII, diz advogado

O advogado do general sérvio Nebojsa Pavkovic anunciou nesta sexta-feira a possibilidade de seu cliente se entregar em breve ao Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), que o acusa de crimes de guerra em Kosovo.

Em declarações a vários meios de comunicação nacionais, o advogado Ljubisa Zivadinovic informou que o foragido Pavkovic lhe pediu que trabalhasse "dia e noite" para terminar o mais rapidamente possível os preparativos de sua defesa.

O advogado afirmou que o general condiciona sua entrega ao TPII ao término dos preparativos de sua defesa, um processo que, segundo ele, em breve será concluído.

Pavkovic, que por vezes rejeitou a possibilidade de se entregar, é procurado pela polícia sérvia nas últimas semanas depois de não comparecer a um tribunal local que o julga por suposta cumplicidade em um atentado fracassado.

Durante a guerra de Kosovo (1998-1999), o general foi comandante das tropas destacadas no sul da Sérvia, e de fevereiro de 2000 a junho de 2002 foi chefe do Estado Maior do exército da Iugoslávia.

Em outubro de 2003, o TPII acusou Pavkovic e outros três generais de crimes cometidos durante o conflito de Kosovo, província sérvia povoada majoritariamente por separatistas albaneses.

Segundo as autoridades nacionais, a entrega do general Pavkovic ao TPII é condição para que o conselho de ministros da União Européia (UE) apóie, no próximo dia 25, o estudo de viabilidade da abertura de negociações de um Acordo de Estabilização e Associação com Sérvia e Montenegro. O documento foi aprovado no último dia 12 pela Comissão Européia. A plena cooperação com o TPII é uma condição vital para a desejada aproximação do país à UE e à Otan, e o governo da Sérvia conseguiu impulsionar desde outubro a entrega voluntária de 13 supostos criminosos de guerra, incluindo os generais Sreten Lukic e Vladimir Lazarevic.