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Internacional
Quarta - 13 de Abril de 2005 às 13:42

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Um grupo de estudantes promoveu hoje, quarta-feira, um novo ato de protesto 24 horas depois de milhares de universitários terem participado ontem da maior manifestação no Egito desde a invasão ao Iraque.

As passeatas estão sendo organizadas há meses pela oposição islamita e laica para pedir reformas políticas antes das eleições presidenciais previstas para setembro no país mais populoso do mundo árabe.

Cerca de 200 estudantes, convocados pelos grupo "Irmãos Muçulmanos" - que foi posto na clandestinidade, mas continua sendo influente -, reuniram-se de novo esta manhã na Faculdade de Medicina da Universidade de Qasr al Eini, do Cairo, em protesto contra a expulsão de cinco companheiros que participaram de um protesto.

Além de demonstrar sua indignação pela expulsão dos cinco estudantes, os manifestantes pediram reformas democráticas no regime egípcio e exigiram a realização de "eleições livres".

"Levante-se Egito, a liberdade o chama" era o lema do protesto, que exigiu "o fim do estado de emergência" vigente no país desde 1981 e que os serviços de segurança parem de "intervir na vida dos estudantes".

Os manifestantes também pediram "mais liberdade política" e mais facilidade para a "criação de partidos políticos".

A manifestação, que ocorreu sem incidentes e durou uma hora, é a última de uma longa e incomum série de convocações populares para exigir a reforma do regime egípcio.

Dezenas de milhares de estudantes protestaram na terça-feira em várias universidades do território egípcio para exigir as reformas e que os países árabes atuem para "proteger a mesquita al-Aqsa (em Jerusalém Oriental) contra os planos israelenses".

As passeatas aconteceram nas universidades do Cairo e de Ein Shams (ambas na capital) e nas universidades de Zagazig e Mansura, no norte do país, e na de Asiut (centro).

Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o papel dos EUA no processo de paz palestino-israelense, que consideram "parcial" a favor de Israel, e contra a invasão americana do Iraque.

"Sim à liberdade", "Todos a favor da mudança", "Não à ingerência dos organismos de segurança nas universidades" e "Todos pedimos a proteção de al-Aqsa" eram frases lidas em alguns cartazes que os manifestantes carregavam junto com bandeiras do Egito e cópias do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Os protestos são os maiores no Egito desde as manifestações feitas dias antes da invasão ao Iraque, em 20 de março de 2002, que foram duramente reprimidas pela polícia.

Os novos protestos - nos quais foi pedida a expulsão do embaixador de Israel no Cairo -, aconteceram no dia em que o ministro israelense do Exterior, Silvan Shalom, reuniu-se com o presidente do Egito, Hosni Mubarak.

Shalom pediu a Mubarak sua mediação junto à Autoridade Nacional Palestina (ANP) para desarticular os grupos armados palestinos.

A oposição aumentou nos últimos meses seus protestos para exigir reformas políticas e democráticas, sobretudo pelo fato de Mubarak ter anunciado em fevereiro uma emenda constitucional que permitirá a realização de eleições presidenciais com mais de um candidato.

Os grupos opositores consideram insuficiente essa reforma e exigem a revogação do estado de emergência, que entre outras medidas proíbe as manifestações públicas e permite a detenção de pessoas indefinidamente.

Mubarak, de 76 anos, chegou ao poder após islamitas matarem Anuar Sadat em 1981. O atual presidente utilizou o estado de emergência para governar o país com mão de ferro durante quase 25 anos, quando renovou seu mandato quatro vezes, sempre como candidato único.





Fonte: EFE

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