Água na torneira facilita a vida em assentamento
O Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), custeou a obra no valor de R$ 126 mil, na intenção de ajudar os agricultores familiares a permanecer na terra, dando a chance de melhorar a produção. “Vale a pena investir quando temos a oportunidade de ver o esforço de pessoas que acreditam num projeto. Queremos a partir dessa idéias beneficiar outras famílias que convivem com as mesmas dificuldades”, disse o presidente do Intermat, Jair Mariano.
A partir de uma experiência inédita no Estado e do desafio de trazer a água da Serra de São Jerônimo até as casas das famílias assentadas, o Engenheiro Agrônomo da Empaer, Antenor Silva, desenvolveu o projeto de captação e adoção coletiva de água para melhorar a vida dos pequenos produtores do Pontal do Glória.
O ponto de captação é o córrego Porteira que nasce na Serra, de onde barras de canos de três polegadas levam a água até a primeira caixa receptora de 500 litros, instalada a 464 metros do córrego. Uma segunda caixa foi colocada numa altura mediana, de onde sai a linha principal para abastecer três reservatórios de 20 mil/litros cada. “As caixas de distribuição foram instaladas em locais estratégicos para facilitar o abastecimento interno de todas as famílias”, conta o engenheiro Antenor Silva.
De acordo com engenheiro a pressão da água é tamanha que “no começo era preciso subir a Serra até cindo vezes ao dia, porque os canos desencaixavam. ”Não podia deixar de acompanhar o processo, o projeto exigia acompanhamento diário”, completa Antenor Silva.
Num dos pontos mais altos da Serra de São Jerônimo, 60 homens da comunidade trabalharam durante duas semanas inteiras para abrir 800 metros de valetas na pedra dura. Nos locais planos onde havia a possibilidade de usar máquinas, eles utilizaram um sucador para abertura das valas.
A engenharia tem 14 km de canos na linha mestre e 22 km de rede de distribuição de água. Ao todo são 36 km de tubulação fechada, que atende indiretamente 450 pessoas no assentamento. Nenhum lote ficou sem receber água. O obra toda demorou 1 ano para ficar pronta.
Antes do projeto de captação de água, as famílias percorriam uma distância de mais de 5 km para buscar água no rio mais próximo à sua propriedade. “Essa água foi uma benção. Na época que tava chovendo era um sacrifício ir no rio, passava semanas sem lavar roupa”, fala a moradora Rosa Maria de Amorim.
O assentamento Pontal do Gloria, foi criado há 4 anos pelo Incra, numa área de 3.306 hectares, banhada pelos córregos Porteira, Glória e Caeté. Cada família recebeu lotes de 17 a 56 ha. Elas sobrevivem da produção agropecuária e hortifrutigranjeira.
Com a fartura da água, as famílias já pensam em diversificar a produção, aproveitando o excedente para irrigação de hortas e pomares. “Com a irrigação é possível produzir de três a quatro safras/ano”, explica o presidente da Associação de Pequenos Produtores, Felipe Neves Mabaço da Silva.
Comentários