PF acusa índios e Funai por mortes em 2004
"Os 23 índios foram indiciados porque executaram o crime. Já o funcionário da Funai – Walter Blós – foi responsabilizado por ter deixado de efetuar comunicações sobre os acontecimentos na região. Ele faltou ao dever funcional", diz o coordenador de operações especiais de fronteira da Polícia Federal, delegado Mauro Sposito. De acordo com ele, as investigações não comprovaram as suspeitas de que o funcionário da Funai agiu na reserva para conseguir algum benefício financeiro.
Mauro Sposito esteve ontem em Pimenta Bueno (RO), cidade onde parte dos garimpeiros assassinados morava. Na avaliação do delegado, o clima na região e na Reserva é de tranqüilidade. Segundo ele, são registradas "raras" tentativas de entrada na reserva por parte de garimpeiros interessados em extrair diamantes. "Não existe mais nada lá. A grande atividade do garimpo está totalmente paralisada em Roosevelt", conta Sposito.
O processo finalizado pela Polícia Federal agora segue para a Justiça Federal. O Ministério Público terá acesso à documentação e deverá se manifestar sobre o caso, recomendando ou não mais investigações. Após o parecer do Ministério Público, o processo volta para julgamento na Justiça Federal. Os índios são acusados de ter premeditado as mortes e submetido os garimpeiros a um sofrimento prolongado. Na época, as lideranças Cinta Larga afirmaram que o grupo agiu em defesa da terra, rica em diamantes.
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