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Internacional
Terça - 12 de Abril de 2005 às 09:36

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O presidente egípcio, Hosni Mubarak, e o ministro de Exteriores israelense, Silvan Shalom, discutiram nesta terça-feira sobre o plano de retirada israelense da Faixa de Gaza e o modo de manter a trégua decretada pelas facções palestinas.

Durante a reunião, de que também participou o ministro de Exteriores egípcio, Ahmad Abul Gheit, se falou sobre o modo de salvar a trégua, em risco depois do assassinato de três adolescentes palestinos por soldados israelenses no sábado passado, o lançamento de mísseis palestinos contra assentamentos judaicos e a ameaça de radicais israelenses de tomar a Esplanada das Mesquitas.

Shalom, que pertence à "linha dura" do governo do primeiro- ministro de Israel, Ariel Sharon, e que se opôs no passado à retirada de Gaza, chegou ao Cairo esta manhã em uma rápida visita que tenta resolver os problemas surgidos nas últimas semanas e implicar o Egito mais uma vez em sua tarefa de mediação com os palestinos.

"É preciso tirar o processo de paz das mãos dos terroristas e colocá-lo em mãos dos moderados", disse o chefe da diplomacia israelense na entrevista coletiva posterior às reuniões.

"As conversações de hoje estiveram centradas na necessidade de enfrentar o risco representado pelos terroristas para o estabelecimento da paz na região", explicou.

Shalom, além disso, comentou que acontecer um "novo Mapa de Caminho que convença os países árabes que estabeleçam relações normais com o governo de Israel".

Só três países árabes, Egito, Jordânia e Mauritânia, estabeleceram relações diplomáticas com o Estado hebreu, enquanto outros, como Tunísia, Marrocos, Catar e Omã, mantêm relações comerciais e, no caso dos dois primeiros, chegaram a abrir "escritórios de interesses" em Israel que agora estão tecnicamente fechados.

A trégua decretada no mês passado pelas facções armadas palestinas na capital egípcia está em dúvida depois que vários grupos palestinos afirmaram que reconsiderarão a situação se o governo israelense continuar sem cumprir o estabelecido com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Na cúpula de Sharm el-Sheikh, no Egito, Mahmoud Abbas e Sharon acordaram deter o assassinato de ativistas palestinos e as incursões israelenses nos territórios palestinos, em troca de que as facções armadas palestinas decretassem um "período de calma".

"Durante a reunião, Shalom assegurou a Mubarak que Israel mantém sua decisão de desmantelar os 21 assentamentos da Faixa de Gaza segundo o calendário previsto", explicou à EFE um político egípcio próximo ao encontro.

"A decisão é irreversível aconteça o que acontecer nas próximas semanas", acrescentou.

Shalom também se reuniu a sós com seu colega egípcio, com quem discutiu sobre o modo de manter a segurança na fronteira entre Egito e Faixa de Gaza depois da retirada israelense.

Israel aceitou que 750 policiais fronteiriços egípcios tomem posições na fronteira depois da retirada israelense para tentar deter o contrabando de armas.

Israel deve começar a evacuação dos cerca de 8.000 colonos da Faixa de Gaza em 20 de julho, segundo o plano exposto pelo governo de Sharon.

A retirada deveria durar sete semanas, antes de começar com o desmantelamento de quatro assentamentos ilegais na Cisjordânia.

O primeiro-ministro israelense reiterou ontem, em entrevista coletiva com o presidente americano, George W. Bush, que os grandes assentamentos, especialmente o de Maali Aduim, nas proximidades de Israel, continuarão sob controle israelense.





Fonte: EFE

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