Inquérito sobre estupro em Campinas terá conversas na net

Campinas - Textos de conversas mantidas pela internet em uma página eletrônica da república onde moravam os três universitários acusados de estuprar uma colega foram anexados nesta segunda-feira ao inquérito policial sobre o caso, disse o advogado da vítima, Ralph Tórtima Stettinger Filho. Segundo ele, o material traz informações sobre o comportamento dos estudantes na república, batizada de caverna. Ele não revelou detalhes. Mas acrescentou que o laudo das fitas gravadas pela estudante em conversas telefônicas com os acusados, após o suposto estupro, deve ser concluído até quarta.

Nas fitas, os meninos reconhecem que a vítima estava alterada na noite em que foi levada para a república, onde teria ocorrido o crime, lembrou o advogado. Para a acusação, isso indica que ela não estava consciente e não pôde se defender. Uma foto encontrada em um computador apreendido na casa dos estudantes mostra três rapazes junto da menina dentro de um banheiro, um deles de bermuda abaixada.

A polícia acredita que a imagem prova que houve no mínimo atentado violento ao pudor, crime cuja pena pode variar entre 6 e 12 anos de prisão. A polícia tem informações de que pelo menos oito estudantes viram a jovem na república. Um deles pode ser acusado de co-participação no crime, por ter tirado as fotos, e outros quatro serão investigados para averiguar se houve omissão.

Hoje está marcado o depoimento de um dos rapazes que viram a menina na república, segundo a Polícia Civil. "Estamos fechados em cima dos três acusados detidos, mas se for verificado que outras pessoas estão envolvidas no caso, elas terão que responder", afirmou Stettinger Filho. O depoimento dos três universitários presos está previsto para esta quarta-feira.