Milhares exigem em Bagdá a saída dos EUA

Bagdá - No segundo aniversário da queda do regime de Saddam Hussein, dezenas de milhares de iraquianos saíram às ruas de Bagdá neste sábado para exigir a retirada das tropas americanas do país e mais rapidez no julgamento do ex-presidente.

Os manifestantes, atendendo à convocação do chefe radical xiita Muqtada al-Sadr, reuniram-se na Praça Firdos, onde, em 9 de abril de 2003, iraquianos auxiliados por soldados americanos derrubaram uma estátua de 13 metros de Saddam. O ato simbolizou o fim do governo do ditador.

"Não haverá paz nem segurança no Iraque antes que termine a ocupação", afirmou Sadr, dirigindo o maior protesto em Bagdá desde a queda do antigo regime. "Os ocupantes devem deixar meu país. Não queremos nada de vocês, apenas que nos deixem tranqüilos."

Participantes da manifestação carregavam cartazes com fotos do presidente americano, George W. Bush, e do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, com os dentes ensangüentados. Nos cartazes, a legenda "terroristas internacionais".

Enquanto a população protestava na capital, ataques rebeldes causavam diversas mortes pelo país.

Na conturbada cidade nortista de Mossul, a explosão de um carro-bomba perto de uma patrulha de polícia deixou dois agentes de segurança mortos e 13 feridos, disse o doutor Baha al-Deen al-Bakry, médico do hospital Jumhouri.

Ainda em Mossul, homens armados abriram fogo contra o coronel de polícia Abdul-Karim Farman quando ele caminhava pelos arredores de sua casa. Ele morreu na hora.

Em Latifiya, 30 quilômetros ao sul de Bagdá, pelo menos cinco pessoas morreram quando homens armados abriram fogo contra o ônibus no qual elas viajavam. Um porta-voz da polícia de Babil disse que as vítimas eram soldados iraquianos em trajes civis.

Houve diversos outros relatos de soldados mortos em choques com rebeldes, mas não foi possível confirmá-los junto a fontes independentes.