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Nacional
Sábado - 09 de Abril de 2005 às 13:15
Por: Evandro Fadel

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Curitiba - Três dos policiais militares da reserva do Paraná que foram presos na Operação Março Branco, desenvolvida pela Polícia Federal na terça-feira, confirmaram hoje que foram contratados pelo tenente-coronel Waldir Copetti Neves, também preso, para fazer segurança para 10 fazendas na região de Ponta Grossa, e o acusaram de mandar que ameaçassem os sem-terra.

Na operação foram presas oito pessoas, sendo quatro militares da reserva, um ex-militar, dois sem-terra e o tenente-coronel. Eles disseram terem sido contratados há cerca de seis meses para a segurança das fazendas, entre elas a do próprio tenente-coronel. "O homem (Neves) obrigava a gente a dar tiros, mas não cumprimos nunca. Ele queria que ameaçássemos, que enfiássemos a escopeta na boca. Ele gritava, xingava, chamava de frouxo, que não éramos policiais", afirmou o policial da reserva Ricardo José Derbes. Nereu Paschoal Moreira referendou: "Apenas fazíamos a segurança das fazendas, só isso."

De acordo com os detidos que prestaram depoimento ontem - além dos dois citados também José Valdomiro Maciel - eles recebiam R$ 600,00 por mês para prestar o serviço. E disseram que o pagamento era feito por fazendeiros, por intermédio do Sindicato Rural de Ponta Grossa. O presidente do sindicato, Marcos Degraf, negou qualquer envolvimento.

Os policiais também acusaram o advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende o tenente-coronel, de ter impedido que eles prestassem depoimento assim que foram presos. Dalledone negou qualquer interferência, afirmando que apenas os orientou juridicamente para que se reservassem para falar em juízo, como fez com seu cliente.





Fonte: Agência Estado

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