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Internacional
Sábado - 09 de Abril de 2005 às 09:45

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Jacarta e Díli - A visita hoje do presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, ao cemitério de Santa Cruz, em Díli, capital do Timor Leste, onde tropas indonésias mataram mais de 200 timorenses em 1991, representa outro importante passo rumo à reconciliação entre os dois países.

A presença de Yudhoyono transcorre sem incidentes, apesar de se esperar manifestações de protesto contra ele, que na época em que a Indonésia ocupou o Timor era general. O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, e o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, pediram calma à população.

"Devemos esquecer o passado e olhar para o futuro, disse Alkatiri depois de reunir-se com Yudhoyono, que chegou sexta-feira a Díli para uma visita de dois dias. Os dois países devem iniciar em agosto uma investigação conjunta dos crimes cometidos no Timor pelo Exército e pelas milícias pró-Indonésia.

A iniciativa não conta com o respaldo da ONU e dos grupos de defesa dos direitos humanos que denunciam que a Justiça indonésia mantém impunes os culpados.

Em 1975, a Indonésia invadiu militarmente a ex-colônia portuguesa, embora a comunidade internacional só tenha divulgado a repressão quando o Exército abriu fogo no cemitério de Santa Cruz contra cerca de 3 mil manifestantes, durante o enterro de Sebastião Gomes, líder local assassinado pelas forças de ocupação.

Timor Leste se proclamou Estado soberano em maio de 2002, depois que a opção pela independência venceu o referendo de 30 de agosto de 1999. A retirada da Indonésia foi violenta. Quase toda infra-estrutura do país (80%) ficou destruída e a ONU calcula que mil pessoas foram mortas pelas milícias pró-Indonésia.





Fonte: AE - AP

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