Ministro da Previdência adia entrega de defesa à Procuradoria

Brasília - O ministro da Previdência Social, Romero Jucá, adiou para a próxima semana a entrega ao procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, das explicações formais sobre as acusações de ter apresentado garantias inexistentes por um empréstimo do Banco da Amazônia à empresa Frangonorte, da qual o ministro foi sócio até 1996.

O ministro afirmou ontem que pretendia protocolar no Ministério Público Federal até o final desta semana as explicações, mas devido ao atraso na chegada de alguns documentos solicitados em Roraima, a prestação de contas acabou ficando para a próxima semana.

O procurador-geral deu prazo até o próximo dia 18 para que Jucá apresente sua defesa sobre as denúncias que estão sendo investigadas pelo MPF. Desde que tomou posse no Ministério da Previdência, Jucá tido que se explicar sobre uma série de denúncias.

Além do possível envolvimento no caso Frangonorte, Romero Jucá também está sendo investigado pela Polícia Federal por possível cobrança de propina na intermediação para liberar verbas do Ministério da Saúde para o município de Cantá (RR). O ministro nega todas as acusações e afirma ter documentos que comprovarão sua inocência.

Hoje, foi criado por decreto presidencial um grupo interministerial, liderado pela Casa Civil, para acompanhar as ações de modernização da gestão da Previdência. No mesmo dia, os dirigentes da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social (Anasps) divulgaram um manifesto criticando o chamado "choque de gestão" da Previdência.

Para os representantes dos servidores, as medidas anunciadas são "paliativas" porque não atacam as causas estruturais do déficit nas contas da instituição.