Policial que matou tenista pega seis anos e oito meses

Porto Alegre - O tenente Paulo Sérgio de Souza, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, foi condenado a seis anos e oito meses de prisão, em regime semi-aberto, pela morte do tenista Thomás Engel. O julgamento durou 25 horas e terminou no final da manhã desta sexta-feira, em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. O crime ocorreu em 2 de setembro de 2001 e teve grande repercussão no Vale do Sinos, na região metropolitana de Porto Alegre.

Amigos e vizinhos fizeram diversas passeatas para exigir Justiça. Eles ficaram revoltados com as circunstâncias do assassinato. O tenista, que tinha 16 anos, e dois amigos foram confundidos com assaltantes e abordados pelo policial. Não ofereceram resistência, mas o tenente disparou sua espingarda calibre 12 quando os jovens estavam com as mãos para cima e encostados numa parede.

Em seu depoimento, Souza não negou que mantinha o dedo no gatilho e que a arma estava voltada para o rapaz, mas alegou que o disparo não foi intencional. Chegou a sugerir que a Brigada Militar recolha as armas pesadas das mãos de seus agentes, que não estariam preparados para usá-las.

O júri popular condenou o policial militar por homicídios simples. O juiz Francisco Rovani considerou a postura de Souza como reprovável, por não seguir as normas técnicas de uso da arma. Quando morreu, Engel era um dos dez melhores tenistas do País na sua faixa etária.