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Nacional
Sábado - 09 de Abril de 2005 às 00:35

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Brasília - Relatório divulgado pela Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica (Secom) mostra um aumento de 40,5% nos gastos em contratos de mídia de 2003 para 2004. No ano passado, as despesas com anúncios em televisão, jornal, rádio, revista, outdoor e internet totalizaram R$ 867,1 milhões.

O governo avalia que a disparada dos gastos foi impulsionada pelos negócios e pelas transações das estatais e bancos federais que, na disputa por mercado, decidiram aumentar em R$ 185 milhões a despesa anual com mídia. O meio televisão foi o que mais recebeu dinheiro do governo em anúncios no ano passado (R$ 510,6 milhões), à frente de jornal (R$ 107,9 milhões), rádio (R$ 89 milhões), revista (R$ 85 milhões), outdoor (R$ 16 milhões) e internet (R$ 11 milhões). Outros meios de comunicação de massa receberam um total de R$ 46 milhões.

Pelos dados apresentados, a Secom, que cuida da imagem do Palácio do Planalto, foi o órgão que mais gastou em mídia em 2004 (R$ 97 milhões), seguido do Ministério da Saúde (R$ 66,5 milhões), Furnas (R$ 13 milhões), Eletronorte (R$ 6,2 milhões) e Embratur (R$ 6 milhões). A Secom argumenta que, além das peças da Presidência, fez no ano passado campanhas voltadas, por exemplo, para os beneficiários do INSS, quilombolas e mulheres.

Também teria tido impacto o aumento das despesas de mídia de instituições como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que não têm, por questões jurídicas, os números explicitados nas tabelas divulgadas. Os bancos federais conseguiram em 2004 aumentos no número de clientes e créditos concedidos.

O valor global gasto em mídia em 2004 é o segundo maior desde 1998, quando o governo passou a fazer o levantamento desse tipo de despesa. O recorde de gasto continua sendo o de 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando se consumiu R$ 881,5 milhões. O governo gastou com mídia R$ 735 milhões em 1998, R$ 690 milhões em 1999, R$ 793 milhões em 2000, R$ 703 milhões em 2002 e R$ 617 milhões em 2003 - os números são corrigidos pelo IGPM. O relatório não inclui despesas com criação publicitária e peças divulgadas sem os serviços de veículos de comunicação de massa.

O subsecretário de Publicidade da Secom, Caio Barsotti, observa que o gasto em mídia nos dois primeiros anos de mandato do presidente Lula foi de R$ 1 milhão e 484 mil, valor próximo ao registrado no mesmo período do governo Fernando Henrique Cardoso, que foi de R$ 1 milhão e 483 mil.

Barsotti afirma que não é possível ainda estimar os gastos em mídia neste ano. Ele argumenta que a previsão orçamentária da administração direta não aponta nesse sentido e as estatais ainda não fecharam os números de despesas em contratos com veículos de comunicação de massa. Um possível aumento, segundo o subsecretário, vai "depender" da movimentação e dos negócios das estatais. Além disso, o orçamento de boa parte dos ministérios sofreu contingenciamento de recursos neste ano.




Fonte: AE

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