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Nacional
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 21:30

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As denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não têm abalado os mercados financeiros nem interferido nos trabalhos do BC, afirmou hoje o diretor de Normas da instituição, Sérgio Darcy.

Darcy admitiu, no entanto, que "isso (denúncia) é um desestímulo para o ingresso no setor público de pessoas qualificadas".

"O mercado não está se abalando, já começou a absorver e a notar que essas notícias são como ondas, são as mesmas e são repetitivas", afirmou o diretor a jornalistas em evento no Rio de Janeiro ao ser questionado se as investigações poderiam arranhar a imagem do BC na condução da política monetária.

Nesta semana, o procurador-geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Meirelles, com acusações de evasão fiscal, crime contra o sistema financeiro nacional e crime eleitoral.

Para Darcy, as denúncias também não afetam as discussões em torno da autonomia do Banco Central.

"A autonomia é o Congresso que tem que decidir... O governo tem mostrado e o ministro Palocci tem ido ao Congresso para dizer porque ele defenda a autonomia do Banco Central. Nos países que adotaram autonomia as taxas de juros caíram, estamos fazendo um trabalho essencialmente técnico", afirmou.

"Essas acusações dentro do BC não têm repercussão no nosso trabalho. As pessoas continuam trabalhando sempre com a idéia de que isso vai se esclarecer.", disse Darcy.

O diretor do BC também considerou que as denúncias não têm base e que podem servir de instrumento para a oposição. "As notícias que nós vemos são repetidas e não têm base. Há uma tranquilidade por parte do governo e um apoio à política (do BC)."

Darcy disse ainda que está evitando ler notícias sobre essas denúncias. "Eu não estou lendo mais sobre isso, aboli da minha vida. Estou ignorando esse noticiário, virou noticiário político."

Em nota divulgada na noite de terça-feira, Meirelles reiterou que todos os seus atos foram legais "tanto em sua longa carreira no setor privado quanto no setor público".

Vários ex-diretores do BC enfrentam processos na Justiça por medidas tomadas pela autoridade monetária. Na última semana, o ex-presidente do banco Francisco Lopes foi condenado a dez anos de prisão por suposto favorecimento a bancos às vésperas da desvalorização do real, em 1999. Ainda cabe recurso à decisão.





Fonte: Reuters

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