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Internacional
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 18:14

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Ao menos 50 rebeldes maoístas morreram quinta-feira no Nepal, onde, nesta sexta, manifestações convocadas para comemorar o 15º aniversário do movimento popular que introduziu a democracia naquele país resultaram em centenas de detenções. Na quinta-feira à noite, a guerrilha atacou uma unidade do exército nepalês. Cinqüenta supostos rebeldes morreram, e nove soldados ficaram feridos - três deles gravemente, segundo informaram fontes militares.

Estas cifras não foram confirmadas nem pelos maoístas nem por fontes independentes.

O confronto aconteceu na localidade de Khara, cerca de 350 quilômetros ao oeste de Katmandu, quando vários supostos guerrilheiros atacaram uma base do exército e houve um tiroteio que durou quase 12 horas.

Os maoístas iniciaram sua insurreição armada em 1996, com o objetivo de derrocar a monarquia e impor uma república comunista, e nestes nove anos mais de 11,5 mil pessoas morreram pela violência política no país, onde, segundo meios locais, cerca de dois terços do território são controlados pela guerrilha.

Nesta sexta-feira, 350 pessoas foram detidas, incluídos quatro ex-ministros do Gabinete dissolvido em fevereiro pelo golpe de Estado liderado pelo rei Gyanendra, e 50 ficaram feridas em manifestações convocadas pelos cinco principais partidos políticos, que foram marcadas por uma grande presença policial e militar.

O site Nepalnews, que entrevistou testemunhas, afirma que a polícia reprimiu cerca de 3 mil manifestantes pacíficos na cidade de Janakpur, no distrito sulista de Dhanusha, onde cerca de 50 pessoas ficaram feridas e precisaram de assistência médica.

Só na cidade de Birganj, na fronteira com a Índia, cerca de 80 quilômetros ao sul da capital, cerca de cem manifestantes foram detidos, segundo testemunhas.

As autoridades do Nepal não divulgaram o número total de detidos nas manifestações, que lembram o movimento que em 1990 terminou com os poderes do rei, após 30 anos de monarquia absoluta.

O rei Birendra, irmão mais velho do atual rei, Gyanedra, foi forçado, depois de três meses de protestos populares por todo o país, a desmantelar o sistema autocrático do "Panchayat", a suspender a legislação que proibia os partidos políticos no país e a permitir a democracia.

No entanto, as manifestações voltaram a ser proibidas desde 1º de fevereiro passado, quando o novo rei destituiu o governo, assumiu todos os poderes e decretou o estado de exceção.

O objetivo dos partidos com as manifestações desta sexta é iniciar outro movimento popular que devolva os poderes ao povo, segundo disseram dirigentes dos diferentes partidos políticos, que se uniram para convocar protestos quase diariamente em Katmandu durante as últimas semanas, que, quase sempre, terminam com várias detenções.

Mrinendra Rijal, porta-voz do principal partido do país, o Congresso Democrático Nepalês, disse que "as manifestações convocadas para hoje (sexta) fazem parte dessa campanha".





Fonte: EFE

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