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Internacional
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 17:25

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Várias agências da ONU afirmaram nesta sexta-feira que enfrentam sérios problemas financeiros para continuar suas tarefas no Sudão, onde a ajuda alimentícia de mais de um milhão de pessoas poderia sofrer cortes.

Uma porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA) disse que o auxílio em Darfur (oeste do Sudão) deverá ser restrito a partir de maio se o programa não receber mais verbas. Calcula-se que a ração poderia descer de 2.100 para 1.890 calorias diárias.

Segundo o PMA, essa medida é indispensável para manter as reservas de ajuda necessárias para os meses de julho e agosto.

A agência da ONU recebeu apenas 275 milhões de dólares dos 468 milhões solicitados para ajudar 2,3 milhões de pessoas em Darfur em 2005.

Já o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse que, se não receber mais verbas dos países doadores nas próximas semanas, terá que restringir as operações em Darfur, particularmente o abastecimento de água potável.

O porta-voz Damien Personnaz disse que o Unicef se prepara para uma situação difícil na região durante os próximos meses porque as causas do conflito não foram resolvidas, por causa do agravamento da seca e da falta de segurança.

Personnaz informou que em função da falta de segurança, as agências humanitárias só têm acesso a dois milhões de pessoas de um total de seis milhões de habitantes de Darfur.

O porta-voz disse também que a falta de proteção a mulheres e crianças ainda é um problema e que as tropas da União Africana na região não são suficientes para cumprir a missão.

Já o Escritório do Alto Comissariado para os Refugiados (ACNUR) alertou que só recebeu 2 milhões de dólares dos 31 milhões que solicitou para financiar suas operações em Darfur.

Para realizar o trabalho no Chade, onde se ocupa de 200.000 refugiados sudaneses distribuídos em 11 acampamentos, o ACNUR precisa de 81 milhões de dólares, mas até agora só conta com 30 milhões.

Na próxima semana, haverá em Oslo uma conferência de doadores para o Sudão, onde serão abordadas as necessidades de ajuda no sul do país - que enfrenta uma guerra civil há 20 anos -, bem como em Darfur.

Segundo um porta-voz do ACNUR, o desinteresse da comunidade internacional é ainda maior em relação ao programa de repatriação de 550.000 refugiados e ajuda a quatro milhões de refugiados internos do Sudão.

A possibilidade de que milhões de pessoas retornem a seus lugares de origem surgiu depois da assinatura de um acordo de paz em janeiro deste ano entre o governo de Cartum e o principal grupo armado que atuava nessa região do país.





Fonte: EFE

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