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Cidades/Geral
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 14:47
Por: Raquel Ferreira

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Os vôos compartilhados entre a Varig e a TAM, nos quais chegam até Mato Grosso turistas procedentes do exterior, irão continuar, conforme acordo assinado entre as duas companhias na tarde desta quinta-feira (07.04) no Rio de Janeiro. A reunião, realizada na sede do Departamento de Aviação Civil (DAC), durou cerca de quatro horas e aconteceu a pedido do vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, em atenção a gestões do Governo do Estado, parlamentares e de representantes do trade turístico de Mato Grosso.

Por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em fevereiro, os vôos compartilhados (code share) não seriam mais permitidos a partir do dia 2 de maio, já que as duas empresas desistiram de se fundirem. Argumentou-se, também, que os vôos em parceria poderiam prejudicar os consumidores, pois a companhia que vendia a passagem não era a mesma que fazia o transporte. A estratégia das companhias com o code share era a redução dos custos operacionais, visto que o compartilhamento garantiria uma maior ocupação das aeronaves.

O documento assinado pelos vice-presidentes Wagner Ferreira (TAM) e Alberto Fajerman (Varig) foi entregue ao diretor-geral do DAC, brigadeiro José Godinho. O acordo prevê que as rotas complementares (compartilhadas) continuarão a ser alimentadas, "visando o atendimento dos passageiros do exterior no que tange a conexão nos vôos da TAM e da Varig". Segundo o documento, não haverá "qualquer dificuldade ou interrupção dos atuais atendimentos". Com o acordo, os aviões da TAM continuarão trazendo para Mato Grosso turistas que compram no exterior pacotes e chegam ao Brasil em aviões da Varig. A medida beneficiará também Mato Grosso do Sul e Tocantins, que ficariam sem os vôos.

Um dos argumentos colocados na reunião que contou com as participações do deputado Pedro Henry (PP), do brigadeiro Hélio Paz (que é de Poconé), do superintendente de Planejamento da Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, Samuel Lemes e de representantes do setor, é que a suspensão dos vôos causaria um imenso prejuízo ao turismo no Pantanal, já que 80% dos ocupantes de hotéis e pousadas são turistas procedentes de outros países. "Estamos aliviados", disse ao final do encontro o operador de turismo no Pantanal André Turoni que também participou da reunião ao lado do diretor de Turismo da Prefeitura de Cuiabá, Jaime Okamura, e do vice-presidente nacional da ABAV (Associação Brasileira das Agências de Viagens), Carlos Alberto Amorim Ferreira.

"A decisão do DAC dependia do acordo entre as partes. Só resta agora definir a questão operacional", disse o superintendente de Planejamento da Sedtur, Samuel Leme, que destacou o empenho do vice-presidente da República, Jose Alencar, que solicitou ao brigadeiro José Godinho que marcasse a reunião. Há duas semanas o deputado Pedro Henry e representantes do turismo haviam se encontrado com Alencar pedindo uma solução para o impasse. Se a suspensão fosse mantida, a partir de 2 de maio os turistas que viessem do exterior nos aviões da Varig não poderiam incluir Mato Grosso em suas rotas turísticas. Com um pacote conhecido por "Air Pass", comprado por US$ 500 no exterior, os turistas poderiam escolher no Brasil cinco rotas turísticas e Mato Grosso ficaria de fora.

Representantes da Varig em Mato Grosso consideraram a decisão uma grande notícia e destacaram o esforço de autoridades e do trade turístico em lutar para que as rotas fossem mantidas. O compartilhamento dos vôos começou em março de 2003 e foi autorizado pelo Cade porque as duas empresas estudavam uma proposta de fusão. Em março do ano passado a Varig chegou a operar durante um mês com seus aviões no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, mas um mês depois suspendeu os vôos e passou a utilizar o sistema code share (parceria). Desde então, seus clientes vinham para o Estado em aviões da TAM. Mais tarde, porém, a fusão entre a Varig e a TAM foi descartada. A situação da Varig, mergulhada numa dívida colossal, grande parte com o governo, continua indefinida. Alguns grupos manifestaram interesse em assumir o controle, mas o passivo, estimado em R% 9 bilhões, é o grande obstáculo.




Fonte: Da Redação

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