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Cidades/Geral
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 13:39
Por: Raquel Ferreira

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Os municípios de Guiratinga (334 quilômetros ao Sul de Cuiabá) e Alto Garças (366 quilômetros ao Sul de Cuiabá), podem ser os primeiros a decretar situação de emergência no Estado devido à seca registrada entre o final de janeiro e fevereiro deste ano. O excesso de sol na época da floração e na hora da formação do grão de soja gerou perdas na produtividade e que agora resultam numa quebra de safra estimada em 35%.

Áreas em que os produtores colhiam de 55 sacas a 60 sacas por hectare (ha) rendem somente entre 35 sacas/ha e 40 sacas/ha. A situação de emergência também deve ser decretada nos próximos dias em Tesouro, Itiquira e Jaciara que estão em situação semelhante.

Em Alto Garças algumas lavouras chegaram a registrar uma queda de 40% na produtividade. Na história da cidade os produtores não se lembram de ter visto tamanha estiagem no primeiro bimestre. O município que produz 90 mil/ha entre soja, algodão, milho e arroz deve contabilizar um prejuízo estimado de R$ 86 milhões.

O que os produtores estão colhendo não dá nem mesmo para pagar as dívidas contraídas no custeio. Além da seca, a elevação nos custos de produção e o baixo preço do produto no mercado agravam ainda mais a situação dos produtores que estão desde já pleiteando a renegociação das dívidas.

O assessor da prefeitura, Odair Xavier lembra que o município vai sofrer com a quebra da safra. A produção agrícola é a principal atividade econômica do município. “Agora vamos ter que conviver com o desequilíbrio econômico na cidade. Vai haver atraso salarial e desemprego”, avalia.

O chefe de gabinete da prefeitura de Tesouro (379 quilômetros ao Sul de Cuiabá), Ari Bonilha, disse que o município aguarda para segunda-feira a chegada de uma equipe da Defesa Civil do Estado que irá avaliar as perdas da safra relacionadas à seca. A estimativa é que a quebra chegue a 30% no geral, mas pode chegar a 100% em áreas arenosas. No município são cultivados 85 mil hectares de soja. “Conheço pelo menos uma pessoa que plantou, replantou e perdeu tudo, 600 hectares de soja plantados duas vezes e não colheu nada”, conta.

De acordo com ele, o município tomou a iniciativa de decretar situação de emergência antes da pré-vistoria da Defesa Civil para tranqüilizar os produtores. “Não estamos fazendo isso só por causa das perdas do município, mas também para ajudar os produtores que estão pleiteando a renegociação das dívidas junto aos bancos”, justifica.

As conseqüências da falta de dinheiro já afetam a economia do município que vai ficar praticamente sem safrinha (safra intermediária onde geralmente é plantado milho e milheto). “Sem dinheiro os produtores optaram por não fazer a safrinha, estão com medo de fazerem mais dívidas”, acentua.





Fonte: Primeira Hora

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