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Sexta - 08 de Abril de 2005 às 12:25
Por: Vanessa Stelzer

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A inflação pelo IPCA manteve-se em março em patamar elevado para o cumprimento da meta de inflação, pressionada principalmente pelo aumento das tarifas de ônibus, o que reforçou a expectativa de pelo menos mais um aumento da taxa de juros neste mês.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,61 por cento em março, a maior taxa desde dezembro, ante 0,59 por cento em fevereiro. Analistas previam em média uma leitura de 0,59 por cento.

Em março, os preços de transportes substituíram os de educação como maior pressão do mês. Os custos ônibus tiveram alta de 5,02 por cento e contribuição de 0,25 ponto percentual, em razão de reajustes em São Paulo e Porto Alegre. Em fevereiro, o maior impacto havia sido de cursos, com contribuição de também 0,25 ponto percentual.

"Nao teve nenhuma surpresa na alta dos grupos... Veio dentro das previsões... Não é um número confortável (em relação à meta), março normalmente é um mês baixo, mas agora tivemos os ônibus que pesaram bastante", disse Alex Agostini, economista da consultoria GRC Visão.

Outro impacto importante em março veio água e esgoto, com avanço de 4,42 por cento.

Os preços de alimentos avançaram 0,26 por cento em março, contra 0,49 por cento em fevereiro. Produtos como hortaliças, farinha de mandioca e feijão tiveram baixa de preços, mas ovos e alho subiram significativamente.

O Banco Central utiliza o IPCA como referência para o sistema de metas de inflação. O BC está mirando uma inflação de 5,1 por cento este ano, ante uma meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais.

NÚCLEOS PREOCUPAM

O núcleo por exclusão —sem alimentos em domicílio e preços administrados— passou de 0,93 por cento em fevereiro, para 0,41 por cento em março. Em fevereiro, ele havia saltado por conta de educação.

O núcleo por médias aparadas com suavização passou de 0,60 para 0,62 por cento e o sem suavização foi de 0,43 para 0,49 por cento.

Os números foram calculados por economistas ouvidos pela Reuters, uma vez que o IBGE não os divulga.

"Os núcleos continuam acima da meta. Se você pega o 0,62 por cento do núcleo de médias aparadas, anualizado fica em 7,7 por cento, o que está acima do teto superior da meta, então é uma posição pouco confortável, é preocupante", afirmou Newton Rosa, economista-chefe do Sul América Investimentos.

A grande maioria dos analistas ouvidos logo após a divulgação do IPCA disseram que o índice reforça a projeção de elevação da taxa Selic em 0,25 ponto percentual em abril.

"(O IPCA) deixa dúvida sobre o fim do aperto, porque de um lado você tem arrefecimento da indústria, mas de outro tem inflação ainda alta", afirmou Adauto Lima, economista do WestLB do Brasil.

O IBGE acrescentou que no primeiro trimestre, o IPCA subiu 1,79 por cento e nos últimos 12 meses, 7,54 por cento.

O IPCA mede a variação dos preços para famílias com renda de até 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com até 8 salários, avançou 0,73 por cento em março, contra 0,44 por cento em fevereiro.





Fonte: Reuters

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