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Internacional
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 09:14

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Roma - Roma tornou-se hoje uma cidade praticamente deserta, sem automóveis circulando por suas ruas, exceto táxis, ônibus e veículos das forças de segurança. Escolas, repartições públicas e museus estão fechados e são poucos os romanos que decidiram ir trabalhar.

As câmaras das forças de segurança instaladas nos helicópteros que desde as primeiras horas da manhã sobrevoaram a cidade com o objetivo de garantir a aplicação de um plano de segurança sem precedentes, mostraram que a cidade ficou vazia.

Quando as imagens passavam para a região da Praça São Pedro, no Vaticano, estava ali uma multidão. A vista da rua da Conciliação, a praça e todas as ruas de acesso ao Vaticano ficaram tomadas por uma maré humana.

Papa obedeceu a Jesus

O cardeal Joseph Ratzinger, que presidiu a missa fúnebre em homenagem a João Paulo II, lembrou em sua homilia, lida em italiano, que o falecido Papa obedeceu à ordem de Jesus: "Siga-me". A missa, que durou 2h35, terminou às 7h50, hora de Brasília. Ratzinger, decano do Colégio Cardenalício, iniciou assim seu sermão que, em vários momentos, foi aplaudido pelos fiéis presentes na praça do Vaticano.

"Siga-me. Essa palavra de Cristo pode ser considerada a chave para compreender a mensagem deixada pela vida de nosso amado papa João Paulo II. Plantaremos hoje seus restos na terra como uma semente da imortalidade. Nossos corações estão cheios de tristeza, mas também de esperança e profunda gratidão".

O decano dos purpurados agradeceu "de forma especial aos jovens, a quem João Paulo II destinava o futuro e a esperança da Igreja". Essa saudação aos jovens foi depois dirigida aos chefes de Estado e às autoridades, aos representantes das diferentes Igrejas e religiões e ao clero de todo o mundo.

Líderes de todo o mundo

Cerca de duzentos chefes de Estado e de governo, monarcas e líderes religiosos de todo o mundo assistiram aos funerais solenes de João Paulo II. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, estiveram entre os primeiros a chegar na praça e a ocupar seu lugar no setor destinado às autoridades.

Em seguida vieram os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, e o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero; o presidente francês, Jacques Chirac, acompanhado por sua esposa Benedette; o premier britânico Tony Blair, sua esposa Cherie, e o príncipe Charles de Inglaterra, que justamente hoje deveria ter se casado com Camilla Parker Bowles.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ficou na segunda fila junto à primeira-dama e perto do presidente norte-americano, George W. Bush. Lula chegou ontem à noite em Roma onde permanecerá até domingo.

Um milhão de fiéis

Cerca de um milhão de fiéis assistiram em Roma por quase 3 horas a cerimônia fúnebre. Cerca de 300 mil pessoas se reuniram na praça do Vaticano, segundo fontes da operação de segurança, e milhares de fiéis se situaram ante os telões colocados em praças e basílicas de Roma.

Após a missa na praça, os cardeais deram início à cerimônia privada de sepultamento do papa. O corpo de João Paulo II foi depositado em um caixão de madeira de cipreste. Nesse ritual reservado estava presente o arcebispo emérito do Rio de Janeiro, dom Eugênio Sales, que teve uma relação muito próxima com o falecido papa durante sua vida.

O caixão foi fechado na presença do camerlengo, cardeal Edoardo Martínez Sómalo, do secretário de Estado do Vaticano, Angelo Sodano, pelo arcipreste da basílica vaticana, Francesco Maechisano, pelo vigário de Roma, Camillo Ruini, pelo decano Joseph Ratzinger, pelo prefeito da casa pontifícia, monsenhor James Harvey, e por uma representação de canônicos da basílica de São Pedro. Também presenciaram a cerimônia o secretário do Papa, monsenhor Stanislao.





Fonte: Ansa

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