Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 23:59

    Imprimir


Uma reportagem publicada na edição desta semana da revista britânica The Economist diz que o deputado Severino Cavalcante é o "atormentador-chefe" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A revista afirma que, depois de vencer o candidato do governo na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Severino voltou a frustrar o Planalto ao forçar o governo a retirar a proposta de aumento da tributação para o setor de prestação de serviços.

De acordo com a reportagem, a "ascensão" de Severino coloca Lula diante de dois "perigos relacionados": ameaça os planos de reformas do governo, incluindo a autonomia do Banco Central e o controle do déficit orçamentário, e representa um risco para as "perspectivas de reeleição" do presidente.

O texto da Economist afirma ainda que o presidente da Câmara dá um "novo rosto para um velho problema": o fato de que, apesar de ser a maior bancada na Câmara e a terceira maior no Senado, o PT não pode governar sozinho.

"Estranho adversário"

A reportagem diz que Severino "odeia o homossexualismo", "guarda dinheiro em espécie" e descreve o presidente da Câmara como "um estranho tipo de adversário" para o governo.

A revista lembra ainda que, apesar de apoiar o Planalto, o partido de Severino (o PP), não tem um ministério. Segundo a Economist, Lula ainda tem "reservas de força" no Congresso e, com a economia "forte", o presidente ainda é favorito à reeleição.

O texto acrescenta, no entanto, que o governo corre o risco de perder esses trunfos devido à "desordem" e à "relutância" do PT. Lula, diz a reportagem, está disposto a aumentar a participação do PMDB no governo, mas o PT "pode não estar".

"Mesmo se a administração política melhorar, um Congresso mais assertivo provavelmente veio para ficar", conclui a revista, que encerra o texto com a afirmação de que Severino continuará a ser uma força a ser considerada e que Lula fez bem em convidá-lo para o funeral do papa.

Chacinas no Rio

Outra reportagem publicada na edição desta semana da Economist destaca a chacina que deixou 30 mortos na Baixada Fluminense "em uma ação aparentemente coordenada por membros da força policial do Estado".

A revista lembra que apenas duas das vítimas tinham antecedentes criminais e diz que entre os mortos estavam duas pessoas que andavam de bicicleta, quatro adolescentes que brincavam em um bar e dois travestis.

O texto diz ainda que os brasileiros ficaram chocados com o pior massacre na história do Rio de Janeiro, mas acrescenta que episódios de violência desse tipo não são "tão incomuns" no Estado.

A Economist cita os massacres de Vigário Geral e da Candelária, em 1993, para justificar a afirmação e diz que "a mistura do Estado de gangues assassinas de traficantes de drogas com uma polícia mal treinada e mal paga faz esse tipo de violência uma ocorrência diária". A revista afirma que o governo tem testado "iniciativas promissoras" para melhorar a relação da polícia com a comunidade, mas conclui que as áreas mais pobres do Estado não estarão seguras até que os moradores locais e a polícia se convençam que é melhor obedecer à lei do que desrespeitá-la.





Fonte: BBC Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/348080/visualizar/