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Internacional
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 09:25

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Existe provavelmente apenas um lugar no mundo onde os caixas automáticos dão instruções em latim. Esse lugar é a Cidade do Vaticano.

O pequeno Estado papal que receberá peregrinos e presidentes para o funeral de João Paulo II nesta sexta-feira é, ao mesmo tempo, extraordinário e mundano.

É o menor Estado do mundo, mas um dos mais influentes, com alguns dos maiores tesouros artísticos da humanidade e seus segredos mais profundos.

Atrás de seus muros está a Capela Sistina, de Michelângelo, salas com afrescos de Rafael, uma tumba de 1,6 mil anos e perfeitos jardins de tulipas e pinheiros.

Cardeais com mantos vermelhos debatem os assuntos da Igreja no Palácio Apostólico e monsenhores passam por freiras vietnamitas à sombra da Basílica de São Pedro.

Mas também há um posto de gasolina, um banco, uma estação de trem, uma agência de correio, uma farmácia conhecida no mundo inteiro e um supermercado. O Estado conta com sua própria polícia, passaportes e placas de carro.

"É uma aproximação da eternidade", descreve o escritor italiano Vittorio Zucconi.

Mario, guarda do Vaticano que não quis dizer o sobrenome, achou a comparação engraçada. "É igual a qualquer lugar, talvez um pouco mais tranqüilo", disse, na Praça de São Pedro.

Assassinato e dinheiro

Mas a história da cidade-Estado mais poderosa do mundo não foi toda tranqüila. Assassinatos e escândalos abalaram as muralhas do Vaticano desde que o local se tornou a residência do papa, no século V.

Os 26 anos do papado de João Paulo não foram diferentes. Em 1998, um membro de seu Exército privado, os Guardas Suíços, matou a tiros seu comandante e a mulher dele e depois se suicidou.

As finanças locais tem uma história moderna menos espetacular. A cidade, que cobre 0,44 quilômetro quadrado, teve arrecadação de apenas 188 milhões de dólares em 2003 pela venda de selos, medalhas e de três milhões de entradas para os museus do Vaticano.

Recentemente, o Vaticano não teve verbas suficientes para cobrir reformas e perdas da Rádio Vaticano e o novo papa enfrentará um déficit. Mas o que não entra nesta conta é o valor das coleções dos museus, com mestres como Giotto e Caravaggio, ou do banco, que teria 4 bilhões de dólares em bens, segundo relatos.





Fonte: Reuters

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