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Internacional
Domingo - 02 de Dezembro de 2012 às 18:34

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Uma multidão em festa recebeu o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, neste domingo, no seu retorno à Cisjordânia depois da conquista na ONU, por 138 votos contra nove, do status de Estado observador não membro para a Palestina.

"Nós agora temos um Estado", disse Abbas ao iniciar o seu discurso televisionado, no centro da cidade de Ramallah, que é a maior da Cisjordânia e a sede do governo da ANP. "A mensagem foi clara. Não estamos sós. O mundo está conosco, e Deus todo-poderoso também."

No discurso, Abbas enfatizou a necessidade de unidade nacional, em um sinal de disposição para negociar novamente com o movimento radical islâmico Hamas, que governa a faixa de Gaza. "O mundo escreveu a certidão de nascimento do Estado da Palestina", disse. Segundo ele, a iniciativa é uma vitória de todos os palestinos, "de todas as forças políticas".

  Nasser Shiyoukhi/Associated Press  
Palestinos comemoram com bandeiras a volta de Mahmoud Abbas à Cisjordânia e a recente vitória na ONU
Palestinos comemoram com bandeiras a volta de Mahmoud Abbas à Cisjordânia e a recente vitória na ONU

O Hamas surpreendeu ao dar apoio ao pedido de elevação de status na ONU. A reconciliação entre o Hamas e o partido Fatah, de Abbas, é importante para colocar ambos os territórios palestinos da Cisjordânia e da faixa de Gaza sob a mesma liderança.

Para o governo de Israel, a elevação foi uma derrota, já que ele defende que o Estado palestino só pode ser reconhecido no âmbito das negociações de paz. No dia seguinte à votação, o governo de o premiê Binyamin Netanyahu autorizou a construção de 3.000 imóveis em assentamentos judaicos situados na Cisjordânia e Jerusalém Oriental ocupadas na Guerra dos Seis Dias (1967), pelo que foi bastante criticado.

Neste domingo, Israel ainda anunciou que não repassará, neste mês, os impostos coletados em nome da ANP. "Eu não penso em transferir dinheiro neste mês. Vou usá-lo para pagar pelas dívidas que a ANP contraiu com a empresa de eletricidade", disse o ministro das Finanças de Israel, Yuval Steinitz.

Os assentamentos judaicos em territórios palestinos ocupados são vistos pela comunidade internacional como obstáculos à paz na medida em que visariam anexar território e, consequentemente, inviabilizar a declaração de Jerusalém Oriental como capital do Estado palestino, a exemplo do que Abbas reivindicou na ONU.

No seu discurso, neste domingo, ele chamou Jerusalém de "eterna capital do Estado da Palestina".

Disse ainda que não teria ido à ONU se temesse alguma das ameaças que recebeu. Tanto Israel quanto os EUA ameaçaram cortar repasses à ANP caso a votação na ONU ocorresse, e aliados de Abbas, como a Liga Árabe, saíram em sua defesa, se oferecendo para lhe dar dinheiro.

"Fomos a Nova York levar ao mundo o sonho de um povo, a mensagem de um povo que quer liberdade e independência. E o mundo disse, em voz alta, "sim" ao Estado da Palestina, "não" à ocupação", afirmou






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