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Nacional
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 02:45
Por: Silvia Amorin

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São Paulo - Os grandes estabelecimentos comerciais e de serviços da cidade, como shoppings, hipermercados, postos de combustíveis, hospitais e até a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), não poderão mais carregar e descarregar mercadorias durante o dia, a partir de 7 de maio. Um decreto assinado nesta quarta-feira pelo prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), determina que o abastecimento seja feito das 22 às 6 horas em dias úteis e das 14 horas à meia-noite aos sábados, domingos e feriados.

O objetivo da prefeitura é melhorar o trânsito. A administração municipal estima que a medida tirará de circulação 5.800 caminhões, ou seja, 5% da frota de 200 mil caminhões da cidade. Apesar do porcentual pequeno, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella, disse que a população vai sentir os efeitos "positivos" da mudança. A restrição de abastecimento vale até mesmo para os que têm pátio para carga e descarga de produtos.

O pequeno comércio dos bairros não será atingido pela medida, por enquanto. "Eles não têm estrutura para fazer esse abastecimento à noite", explicou Serra. O prefeito, no entanto, mandou um recado às empresas que fazem o abastecimento dessas lojas, principalmente distribuidoras de bebidas. "Não estamos obrigando agora essas empresas a fazerem suas entregas à noite para pequenos bares e restaurantes. Mas elas podem facilitar a vida do trânsito. Quero fazer um apelo antes que sejamos obrigados a tomar medidas legais".

A restrição não foi bem recebida pela maioria dos setores envolvidos. Cerca de 2.600 estabelecimentos terão de se ajustar às normas. O prazo é de 30 dias, período em que a prefeitura vai fazer a regulamentação do decreto, esclarecendo pontos pendentes, como valores de multas e eventuais exceções.

Multas - A fiscalização será feita pelas subprefeituras e as punições recairão sobre os estabelecimentos. O caminhão não será multado, porque a circulação não será proibida. Segundo Serra, as subprefeituras têm estrutura para o trabalho. "Temos fiscais e a própria população vai cooperar, denunciando quem descumprir o decreto". O presidente do Sindicato dos Agentes Vistores, Waldir Petroccione, discorda. "Hoje são 500 fiscais para toda a cidade, quando deveríamos ter no mínimo 1.200. Sem contratações, essa lei pode acabar como tantas outras: sem fiscalização".

Além da melhoria no trânsito, Serra disse que o abastecimento noturno vai reduzir a emissão de poluentes e permitir a criação de empregos. Pelos cálculos da administração, 3.500 postos de trabalho serão abertos. Como, por exemplo, contratação de seguranças nos shoppings de madrugada.




Fonte: Agência Estado

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