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Economia
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 22:14
Por: Carlos Martins

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Siderúrgicas de Minas Gerais têm interesse em comprar resíduos lenhosos das madeireiras mato-grossenses para alimentar os altos fornos onde são produzidas anualmente seis milhões de toneladas de ferro-gusa (matéria-prima do aço). As vendas destas matérias-primas, além de gerar um grande volume de ICMS para o Estado, representariam a criação de centenas de empregos em Mato Grosso. Em contrapartida, as empresas trariam para cá a experiência de muitos anos em tecnologia de reflorestamento.

A proposta foi apresentada nesta quarta-feira (06.04) pela diretoria do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer) ao governador Blairo Maggi, durante audiência no Palácio Paiaguás. O Sindifer, cuja sede fica em Belo Horizonte, reúne 54 siderúrgicas em Minas. Juntas, as empresas são responsáveis por um faturamento anual de US$ 1,5 bilhão, o que equivale a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro. Entre empregos diretos e indiretos, são cerca de 500 mil empregos gerados por estas empresas que usam como matéria-prima nos altos-fornos os resíduos - ou os tocos – que são gerados nas indústrias madeireiras.

“Viemos aqui conversar sobre a sinergia que possa existir a siderurgia mineira e Mato Grosso, que, a exemplo de Minas dá uma atenção muito especial à agricultura”, disse o presidente do Sindifer, Bruno Melo Lima. O presidente veio até Cuiabá para conversar com o governador acompanhado de diretores do sindicato e do ex-ministro de Minas e Energia, Paulino Cícero, que integrou o governo Itamar Franco (em 1993) e hoje atua como consultor do Sindifer.

Minas Gerais tem tradição na exploração da madeira e o presidente do Sindifer acredita que essa experiência possa ser trazida para o Estado. “Fomos autorizados pela secretaria de meio Ambiente [e Desenvolvimento Sustentável] de Minas para oferecer toda essa tecnologia de reflorestamento”, explicou. O governador Blairo Maggi ficou interessado no projeto e ficou acertado que será marcada brevemente uma reunião envolvendo as duas secretarias de Meio Ambiente para discutir o projeto. “O governador é um empresário que está empenhado no desenvolvimento social e econômico do Estado”, disse o ex-ministro Paulino Cícero.

O programa que pode ser desenvolvido em Mato Grosso seria nos mesmos moldes do que é aplicado em Minas Gerais. As empresas siderúrgicas aproveitam os resíduos produzidos pelas indústrias da madeira e investem em programas de proteção ambiental, na recuperação das matas ciliares e no reflorestamento de áreas degradadas. “No Norte do país existe hoje um importante pólo siderúrgico e ele nasceu e vive em função desses resíduos de serraria”, informou o presidente do Sindifer, Bruno Melo Lima.




Fonte: Secom - MT

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