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Internacional
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 21:33

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A santificação na Igreja Católica Romana costuma levar anos, ou até séculos, para ser atingida. Mas para o papa João Paulo II, o veredicto popular já foi dado e muitos dizem que querem colocá-lo em um processo acelerado.

As regras da igreja dizem que o primeiro passo em direção à santidade, conhecido como "abrir a causa", não pode ser iniciado até cinco anos após a morte.

A regra serve para, entre outras coisas, permitir que as emoções sejam assentadas depois da morte e que sejam preparados documentação e testemunhos de apoio à santificação. Mas muita gente está convencida de que João Paulo II foi um santo e alguns o comparam à Madre Teresa de Calcutá.

- Eu rezo para que o Espírito Santo ilumine o próximo papa e o ajude a tornar João Paulo II um santo o mais rápido possível - disse Liliana Rosetti, dona de casa de Roma que esperou horas para ver o corpo de João Paulo II. - Ele merece ser tornado santo amanhã, por tudo o que fez.

Como o Papa foi bispo de Roma, a causa precisa ser iniciada lá , mas a igreja polonesa provavelmente pressionar o sucessor a deixar de lado o período de cinco anos de espera.

O precedente foi estabelecido pelo próprio João Paulo II. Em 1999, o Papa passou por cima das regras do Vaticano e deixou a abertura do caso da santificação da Madre Teresa começar dois anos após sua morte, em 1997.

João Paulo II beatificou 1.338 pessoas e canonizou 482 santos, mais do que todos os seus antecessores juntos, desde que os procedimentos atuais começaram, em 1588. Agora, peregrinos e prelados dizem que chegou a hora dele.

- Esse Papa está no caminho da santificação. Nosso contato com ele ser diferente, mas não finalizou - disse o arcebispo Jozef Michalik, chefe da Conferência de Bispos da Polônia.

O processo de santificação é longo, burocrático e caro, e muitos católicos dizem que querem encurtá-lo.

- Para mim, ele foi outro Cristo. Ele viveu realmente a vida de Jesus. Ele nos mostrou como viver, como sofrer, como amar e até mesmo como morrer - disse a irmã Simone, da Áustria, ao lado de outras freiras da ordem da Madre Teresa que esperavam para ver o corpo do papa.

Quando um processo de santificação começa o candidato recebe o título de "Servo de Deus".



Um "postulador"é designado para ajudar a recolher informações de pessoas que conheceram o candidato, procurando evidências de santidade. Neste caso, ele pode ser alguém que trabalhou com o papa no Vaticano.

Depois é indicado um "relator" para avaliar evidências e fazer uma recomendação na forma de "positio", ou documento de posição.

Muita gente que conheceu ou trabalhou com o Papa ainda vive. Isso pode acelerar o processo, pois as pessoas podem estar disponíveis para testemunhar.

Seu processo de santificação andaria rapidamente, porque seria classificado como "recente", e não "antigo", dispensando a comissão histórica do Vaticano e indo diretamente para a comissão teológica.

Se a investigação inicial terminar de maneira positiva, o sucessor de João Paulo II pode emitir um decreto reconhecendo as "virtudes heróicas". O candidato recebe então o título de "venerável".

Um milagre é exigido depois da morte do candidato para que a causa siga para a beatificação. O milagre deve ser resultado de orações feitas por fiéis pedindo para o candidato interfira junto a Deus.

Milagres costumam ser cura física sem explicação médica.

Uma pessoa beatificada é declarada "abençoada", o que permite veneração limitada. Outro milagre é necessário entre a beatificação e a canonização, o que confere a santidade.

Um jornal italiano comentou sobre João Paulo II: "Ele já fez o primeiro milagre: todas estas pessoas estão aqui por ele."





Fonte: 24Horas News

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