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Cidades/Geral
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 17:55
Por: Flávia Albuquerque

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São Paulo - Cerca de mil estudantes participaram, na manhã de hoje, do Dia Nacional de Paralisação e Luta na capital paulista. A manifestação, que teve o objetivo de defender a reforma universitária, foi realizada em mais nove cidades brasileiras. Em São Paulo, os manifestantes saíram do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e caminharam até a Praça da República, no centro, onde fizeram um ato diante da Secretaria Estadual de Educação.

O movimento foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), em conjunto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a Confederação Nacional dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino Privado (Contee), a Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Ao participar do protesto, o presidente da UNE, Gustavo Petta, afirmou que o Ministério da Educação não pode se intimidar diante das pressões contrárias ao projeto da reforma universitária. Segundo ele, as entidades querem que o MEC aprove rapidamente a proposta de reforma, mas reivindicam avanços em questões como a ampliação do financiamento para a universidade pública, a expansão das vagas, principalmente nos cursos noturnos, a criação do Plano Nacional de Assistência Estudantil e de uma nova lei de mensalidades no ensino privado.

"Não acreditamos que só a reserva de vagas, por exemplo, solucione o problema da democracia ao acesso à universidade como um todo. Se não for acompanhada de políticas de apoio ao estudante mais pobre, como moradia, acesso a livros, alimentação e transporte, o estudante entra na universidade e não consegue concluir", disse Petta.

Para ele, o objetivo do Dia de Luta está sendo cumprido nacionalmente, com os manifestantes mostrando ao presidente Lula que o governo federal não pode ouvir apenas as universidades e se acovardar diante desse setor. "O MEC não pode se intimidar diante de tudo isso. O anteprojeto é positivo. Tem problemas, mas contém avanços e precisa entrar em debate. As pressões não podem fazer com que o Brasil perca a oportunidade de mudar a universidade brasileira", acrescentou.

No próximo dia 27, a UNE realiza manifestação em Brasília para pressionar o governo federal. De acordo com Petta, o anteprojeto foi apresentado pelo MEC, mas ainda foi não assinado pelo governo federal e justamente isso preocupa os estudantes. "Essa é a nossa preocupação. Que a própria política econômica, o Ministério da Fazenda e outros ministérios acabem sufocando a proposta apresentada pelo MEC", afirmou Petta. Para ele, o governo deve cumprir seu papel e dever histórico e mudar a universidade brasileira. "Inclusive o Lula, que nunca teve acesso à universidade, sabe o quanto é difícil chegar a ela. Ele tem de ser sensível a essas questões que estão sendo levantadas pelo movimento", concluiu.





Fonte: Agência Brasil

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