Funasa busca parceria do Estado na formação de Agentes Indígenas de Saúde

A Secretaria de Estado de Saúde por meio da Escola de Saúde Pública está credenciada, pelo Conselho Estadual de Educação, como capacitadora para a formação de Agentes de Saúde Indígena e iniciou um trabalho de parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no estabelecimento de métodos de ensino na área de Saúde, visando atender as necessidades das comunidades indígenas existentes no Estado. O cumprimento dessa meta do Governo Federal está sendo discutido em reuniões técnicas, que durarão três dias, onde serão encaminhadas as questões referentes à certificação, capacitação e serviço, estrutura do programa de formação, para serem desenvolvidas ainda no ano de 2005. A Escola de Saúde Pública sedia até esta quinta-feira (07.04) a reunião técnica do Programa de Formação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan).

O evento reúne profissionais das equipes multidisciplinares que atuam no processo de formação e supervisão dos Agentes Indígenas da Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde (Core/Funasa), bem como entidades parceiras como Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo (Unifesp), organizações não governamentais como a Halitinã e Ipren-Rê, Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), da representação pedagógica da Escola de Saúde Pública e representante da Secretaria de Estado de Educação. “O que queremos é consolidar e realmente fazer funcionar a parceria existente entre a Escola de Saúde e a Funasa e realinhar a capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde e dos Agentes de Saneamento”, disse a responsável pela Sub-área de Formação Indígena da ESP, assistente social Cláudia Maria Guimarães Lopes de Castro, da Coordenadoria de Formação Técnica de Saúde da ESP.

Conforme Cláudia Maria, os agentes indígenas de Saúde e de Saneamento são membros das comunidades indígenas existentes em Mato Grosso que serão capacitados e, posteriormente, vão atuar em suas aldeias onde serão os multiplicadores das orientações sobre atenção básica, prevenção e promoção à saúde. O que se busca é a formação em agentes de saúde e agentes indígenas de saneamento que serão certificados pela Escola de Saúde Pública. “É importante que se forme Agentes de Saúde pertencentes às próprias comunidades indígenas uma vez que esses agentes têm conhecimento de causa sobre as tradições e costumes do seu povo. Muitos problemas de Saúde poderão ser resolvidos com o conhecimento que eles herdarão fora de seu convívio na aldeia, somado às tradições. Os agentes indígenas de Saúde desenvolverão também o papel de fazer um traçado da situação indígena dos membros de sua comunidade o que tornará possível a busca do tratamento das doenças”, disse Claudia Maria.

De acordo com Cláudia Maria, dados da Funasa apontam que em Mato Grosso, existem 247 agentes de saúde indígenas em processo de capacitação. Do total, 39 são do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Cuiabá, 33 do Distrito Kayapó, 101 do Distrito Xavante e os demais (74) do Xingu (Alto, Médio e Baixo). Já os Agentes Indígenas de Saneamento são 127 em Mato Grosso., mas em atuação apenas 112. Do total, 55 são do Distrito Xavante, 13 do Kayapó, 41 de Cuiabá e 16 agentes indígenas que atuam no Xingu. “A Escola de Saúde Pública é reconhecida pelo Ministério da Saúde e responsável para entregar a certificação dos agentes indígenas”, comentou. A formação dos agentes já iniciou e será dividido em seis módulos, com parte teórica e prática. É realmente a capacitação em serviço”.

Outra preocupação levantada pela equipe técnica e avalizada pelo supervisor da Funasa, Nelson da Silva, é a implantação do Sistema de Informação de Saneamento em Áreas Indígenas (Sisabi), criado pelo Governo Lula em 2002. “O Sistema é um instrumento de acompanhamento e avaliação dos impactos das ações de saneamento nas comunidades indígenas e é composto pelo Censo Sanitário, o cadastro de obras e saneamento (Casan), o Sistema de Informações sobre a Água (Sisagua) e o Agente Indígena de Saneamento (Aisan). O módulo Censo Sanitário, por exemplo, reúne dados sobre as fontes de água utilizadas pelas comunidades indígenas, hábitos de higiene, destino do lixo, sistemas de transportes e comunicação e atividades econômicas nas aldeias indígenas. Os responsáveis pela aplicação do questionário do Censo Sanitário são os Agentes Indígenas de Saneamento e os integrantes das equipes multiprofissionais de saúde que é um importante mecanismo na otimização dos problemas da Saúde Indígena”, disse Nelson da Silva.