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Internacional
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 14:48
Por: Ciro Brigham

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D. Itamar acredita que todos os 117 cardeais do Conclave podem ser o próximo papa

"Além de ser o peregrino da paz (visitou mais de 130 países), João Paulo II é o papa do ecumenismo, o que mais trabalhou para a união das igrejas. Marcou o mundo através de um processo de desarmamento nos continentes, e, mesmo rotulado de antiquado, foi completamente diferente dos outros em todos os aspectos, inclusive no incentivo para que as pessoas buscassem a santidade: sozinho, canonizou mais que todos os outros 263 papas. Isto revela que ele queria que o povo vivesse essa dimensão da busca de Deus. O resultado é que, enquanto esteve à frente do Vaticano nestes 26 anos, o número de católicos no mundo passou de quase 800 milhões para 1,3 bilhão". Esta é a defesa que o arcebispo de Feira de Santana, D. Itamar Vian, faz do maior responsável por sua trajetória religiosa.

Gaúcho descendente de italianos, D. Itamar Vian tem orgulho de sua nomeação direta pelo papa João Paulo II. Foi escolhido primeiro como bispo da diocese do município de Barra em 1984; 11 anos depois, transferiu-se para a diocese de Feira, também por intermédio do chefe mundial da Igreja Católica. E, em março de 2003, recebeu a comunicação do Vaticano de que seria o primeiro arcebispo da recém-criada arquidiocese. Ter toda a vida episcopal determinada por João Paulo II é motivo de orgulho para o arcebispo, que chora a perda do pontífice. "Tive a grande graça de Deus de ter com ele seis audiências prolongadas e de almoçar com ele; e recebi o convite para concelebrar quatro missas na capela reservada do Vaticano, com o papa. Fiquei profundamente emocionado. A sua perda, eu senti como se fosse meu próprio pai".

D. Itamar Vian conta que, sempre que conversava sobre a Bahia, o santo padre falava sobre Feira de Santana, município que, inclusive, recebeu apoio especial do Vaticano. "O papa manifestava grande interesse na formação de padres, e gostou do projeto que levamos até ele. Disse que não só abençoaria como também ajudaria, e doou US$100 mil para que construíssemos um grande seminário e uma faculdade de teologia e filosofia". Nas 44 paróquias da cidade, sede da maior arquidiocese do interior da Bahia, missas em sufrágio da alma de João Paulo II vêm sendo celebradas todos os dias, desde a sua morte. E na quinta-feira, véspera da data marcada para o sepultamento, duas grandes celebrações dão o último adeus ao papa: a Missa da Misericórdia, às 12h, na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, e outra às 17h, na Catedral Metropolitana.

Sucessão - Para o arcebispo de Feira de Santana, todos os 117 cardeais do Conclave têm condições de assumir a chefia do Vaticano. Até 17 de abril, segundo ele, terão tido tempo suficiente para conversar sobre o perfil do próximo papa, que deve responder aos desafios do mundo atual. O arcebispo de São Paulo, D. Cláudio Hummes, seria forte candidato porque preenche todos os requisitos: fala várias línguas, é profundo conhecedor da teologia e da filosofia, tem trânsito (ocupou nove cargos em diversos departamentos da Cúria Romana) e é bastante conhecido no Vaticano.

D. Itamar Vian fez questão de citar um episódio em especial que também teria peso a favor do arcebispo de São Paulo. "Há dois anos, foi convidado a pregar o "retiro" (semana de orientação espiritual), e o papa ouviu todas as palestras de D. Claúdio e ficou impressionado. A repercussão foi grande e muitos países publicaram essas palestras. É muito difícil isso acontecer, especialmente porque é um cardeal da América do Sul", assegura.





Fonte: Correio da Bahia

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