Briga por estádio do Remo da Lagoa continua

A novela de reforma do estádio de Remo da Lagoa está longe de um fim. Na última segunda-feira, o Ministério Público ganhou uma tutela antecipada que devolve o estádio para o Governo do Estado do Rio de Janeiro, em processo iniciado em 2002 na 8ª Vara da Fazenda Pública.

Antes, o estádio estava sob o domínio da Glenn, eleita em 1994 pelo Governo para reformá-lo, com um projeto que incluía a construção de um shopping com sete salas de cinema. O Ministério Público pediu a devolução do estádio porque houve um erro no processo de concessão da área, realizado em 1994.

No entanto, nesta terça-feira, o Procurador Geral do Estado, Francisco Conte, disse que a tutela é provisória e que o estádio pode voltar para a Glenn.

"A questão ainda está sub-judice. A Justiça vai julgar ainda o mérito da ação civil, que pode mudar tudo e devolver o estádio para a Glenn", explicou Conte. Segundo o presidente da Federação de Remo do Rio (FRERJ), Alessandro Zelesco, a tutela obtida pelo Ministério Público é definitiva.

"O mérito ainda vai ser julgado, mas ele obedece ao que foi determinado na tutela. Os projetos criados pela Glenn não conseguem aprovação de nenhum órgão porque são inviáveis e não favorecem à modalidade", defendeu Alessandro.

A Glenn, por meio de sua assessoria de imprensa, defende-se dizendo que a empresa gastou R$ 2 milhões nos últimos 10 anos com contas de luz e água dos locais e com a promoção de regatas.

No entanto, a Federação Carioca tem documentos provando que a empresa possui dívidas, como uma de R$ 137 mil só com a Cedae.

O Comitê Organizador do Pan de 2007 divulgou comunicado nesta terça afirmando que "busca uma solução para a utilização da instalação esportiva para os Jogos, independentemente de questões judiciais".

Se o estádio não tiver condições de uso em 2007, as provas serão realizadas em uma instalação provisória.