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Economia
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 12:33

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Depois de um primeiro bimestre quase indolente diante do vigor demonstrado por janeiro e fevereiro do ano passado, as operadoras celulares começam a aquecer as turbinas para promover um Dia das Mães repleto de telefones celulares em forma de presente.

Para reverter a anemia visível nos números da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as teles decidiram abrir mão da estratégia adotada nos últimos meses, de corte nos subsídios, pois os custos elevados estavam provocando redução pesada demais na rentabilidade.

É bem provável que a partir da segunda quinzena deste mês o comércio volte a oferecer aparelhos a R$ 99 em dez parcelas, como aconteceu em muitas ocasiões do ano passado, mas não mais no Natal nem no primeito trimestre, período em que as companhias móveis foram obrigadas a andar de lado para proteger a lucratividade, praticando preços de R$ 199 para cima.

Conforme comprova a Anatel, em fevereiro deste ano o número de usuários havia avançado 2,74% em relação ao universo registrado em dezembro de 2004, enquanto no mesmo período do ano passado o avanço fora superior em sete pontos percentuais, ou seja, de 3,5%.

Como efeito colateral à política de redução de subsídios, foi constatado um estoque indesejável de quase 8 milhões de aparelhos nas operadoras e no varejo neste primeiro trimestre. A conseqüência imediata foi a suspensão, pelas teles, das compras de aparelhos, levando a indústria a buscar a compensação nos embarques.

A prometida agressividade das operadoras começa a mudar o quadro. Tanto que Humberto Cagno, diretor da divisão de telefonia móvel da Siemens, já acredita num Dia das Mães tão bom quanto o do ano passado, quando as vendas atingiram 4 milhões de telefones.

Quando uma operadora decide praticar preços R$ 10 abaixo daqueles que forem definidos pela concorrente, a briga promete ser boa. É o caso da TIM em relação à Vivo, segundo apurou este jornal com fontes que pediram para não serem identificadas. Até aqui a operadora italiana tinha por política resguardar a receita média por usuário (Arpu), mas o foco foi alterado, pelo menos em São Paulo. Procurada, a companhia não quis se pronunciar sobre o assunto.

"A Vivo pode querer reagir", considerou a fonte, levando o Dia das Mães a uma boa performance.

A Oi, por sua vez, formatou planos de tarifas super atrativos para conquistar muitos novos clientes em maio, afirmou Alberto Blanco, diretor de marketing da operadora carioca. "Não posso antecipar detalhes para não provocar a reação das minhas concorrentes", disse o executivo. Ele estima que as vendas da data vão ser alavancadas quando os consumidores receberem os salários de abril, ou seja, somente a partir do fim do mês.

A BrT Celular deve manter o plano Pula-Pula, que tem conquistado boa receptividade.

Outra que afia suas garras para desovar telefones no Dia das Mães é a Claro, que anunciou ontem que até o dia 14 deste mês vai manter em oferta muitos aparelhos sofisticados, convidando os "filhos" mais previdentes a anteciparem suas compras. O nome da promoção é "Claro Off", e os descontos podem atingir 50%.

A volta dos subsídios vai representar um fôlego novo para as fabricantes, que amargaram queda significativa nos preços de aparelhos, de 7% no trimestre. Até o ano passado, a baixa era 12% ao ano, em média, o que representa 4% a cada trimestre, e não 7%.




Fonte: Gazeta Mercantil

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