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A visão após oito anos de escuridão
Quase oito anos depois de ficar cega, a ex-atendente de enfermagem Sandra Medianeira dos Santos Rodrigues, de 38 anos, voltou a enxergar. Ela é a primeira pessoa em Cuiabá, e possivelmente também do Centro Oeste, a recuperar a visão através de uma técnica cirúrgica que une transplante de córnea humana à córnea desenvolvida em laboratório.
A cirurgia, parte custeada por fiéis da igreja evangélica que ela freqüenta e a outra pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi realizada há três semanas em Cuiabá, no Hospital dos Olhos, pela equipe do médico Orivaldo Nunes Filho. Sandra contou que perdeu a visão gradativamente após um choque alérgico provocado por uso intravenoso de uma combinação de medicamentos para enxaqueca.
Primeiro ela perdeu as unhas dos pés e mãos e apresentou infecções na boca, laringe e demais órgãos com mucosa. A visão desapareceu totalmente quase dois anos depois, enquanto ela peregrinava por hospitais de diversos estados sem diagnostico e tampouco tratamento adequado.
Somente quando já estava cega, Sandra descobriu que havia adquirido uma doença rara, auto-imune, que tinha o nome de “Síndrome de Steve Johnson”. A doença atrofia os nervos oculares e impede a produção de lágrimas. Em 1999, ela, que na época morava no interior de Minas Gerais, chegou em Cuiabá pela primeira vez trazida por amigos para tentar fazer um transplante e cultivo de célula ocular.
Essa seria a forma de preparar os olhos para o transplante de córnea humana. O irmão de Sandra, Sandro Rogério Santos, foi o doador de células. Em 2002, ela fez o primeiro transplante de córnea, mas houve rejeição e ela nem chegou a enxergar.
Em casa, ao lado dos filhos Camila, 13, e Carlos Otávio, 8, e do namorado Eber José de Matos Corrêa, de 26 anos, ela faz planos para uma vida nova.
Estudante do segundo ano de Pedagogia na UFMT, ela planeja se casar e voltar a trabalhar em breve. “Quando eu não enxergava, ficava pensando como estavam meus filhos”, diz. “Mas agora já sei que são lindos”.
Sobre o namorado, com quem está há dois anos, brincou que teve uma surpresa muito agradável: “Ele é muito mais bonito, é lindo”, repete. “E olha que eu já o amava pelo que ele é como pessoa”.
Nesses anos todos sem a visão, Sandra disse que aprendeu muito sobre a vida. “Pude ver quem realmente nos ama: os amigos verdadeiros”, conta, admitindo que agora está maravilhada com o mundo. “Fico olhando a chuva, as árvores balançando as folhas e penso que antes essas coisas comuns não tinham tanta importância”.
Mas parece que Sandra ainda tem uma nova batalha para enfrentar. Ela e o namorado estiveram na Farmácia de Alto Custo do SUS e não encontraram nenhum medicamento dos receitados. Só um colírio que terá de usar pelos próximos seis meses custa R$ 135.
A cirurgia, parte custeada por fiéis da igreja evangélica que ela freqüenta e a outra pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi realizada há três semanas em Cuiabá, no Hospital dos Olhos, pela equipe do médico Orivaldo Nunes Filho. Sandra contou que perdeu a visão gradativamente após um choque alérgico provocado por uso intravenoso de uma combinação de medicamentos para enxaqueca.
Primeiro ela perdeu as unhas dos pés e mãos e apresentou infecções na boca, laringe e demais órgãos com mucosa. A visão desapareceu totalmente quase dois anos depois, enquanto ela peregrinava por hospitais de diversos estados sem diagnostico e tampouco tratamento adequado.
Somente quando já estava cega, Sandra descobriu que havia adquirido uma doença rara, auto-imune, que tinha o nome de “Síndrome de Steve Johnson”. A doença atrofia os nervos oculares e impede a produção de lágrimas. Em 1999, ela, que na época morava no interior de Minas Gerais, chegou em Cuiabá pela primeira vez trazida por amigos para tentar fazer um transplante e cultivo de célula ocular.
Essa seria a forma de preparar os olhos para o transplante de córnea humana. O irmão de Sandra, Sandro Rogério Santos, foi o doador de células. Em 2002, ela fez o primeiro transplante de córnea, mas houve rejeição e ela nem chegou a enxergar.
Em casa, ao lado dos filhos Camila, 13, e Carlos Otávio, 8, e do namorado Eber José de Matos Corrêa, de 26 anos, ela faz planos para uma vida nova.
Estudante do segundo ano de Pedagogia na UFMT, ela planeja se casar e voltar a trabalhar em breve. “Quando eu não enxergava, ficava pensando como estavam meus filhos”, diz. “Mas agora já sei que são lindos”.
Sobre o namorado, com quem está há dois anos, brincou que teve uma surpresa muito agradável: “Ele é muito mais bonito, é lindo”, repete. “E olha que eu já o amava pelo que ele é como pessoa”.
Nesses anos todos sem a visão, Sandra disse que aprendeu muito sobre a vida. “Pude ver quem realmente nos ama: os amigos verdadeiros”, conta, admitindo que agora está maravilhada com o mundo. “Fico olhando a chuva, as árvores balançando as folhas e penso que antes essas coisas comuns não tinham tanta importância”.
Mas parece que Sandra ainda tem uma nova batalha para enfrentar. Ela e o namorado estiveram na Farmácia de Alto Custo do SUS e não encontraram nenhum medicamento dos receitados. Só um colírio que terá de usar pelos próximos seis meses custa R$ 135.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/348751/visualizar/
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