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Internacional
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 07:02

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O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, revelou nesta terça-feira, ao final da terceira reunião para tratar da sucessão do Pontífice, que o corpo do papa João Paulo II foi preparado para o enterro, mas não foi embalsamado. Valls também anunciou que o Papa deixou um testamento que ainda não foi lido pelos cardeais.

Na segunda-feira, Navarro Valls afirmou que João Paulo II não havia deixado "nenhuma vontade" sobre seu enterro, sem descartar a possibilidade do Sumo Pontífice ter deixado um "testamento espiritual". O porta-voz disse que 91 cardeais já estavam presentes em Roma, mas que apenas 88 participaram da terceira reunião cardinalícia desde a morte de João Paulo II, no sábado passado, aos 84 anos de idade.

Desconhece-se, por enquanto, o nome do cardeal "in pectore", e será necessário esperar a abertura do testamento de João Paulo II para saber algum dado sobre ele, informou o porta-voz. "Se há algo, se saberá quando o testamento for lido", disse Navarro Valls.

Tradicionalmente se o papa não revela em vida o nome do cardeal "in pectore", ou secreto, essa nomeação deixa de ser válida, mas pode pedir a seu sucessor que cumpra o seu desejo

Navarro precisou que João Paulo II será sepultado no mesmo lugar onde foi enterrado João XXIII, na cripta da Basílica de São Pedro. O Vaticano informou ainda que a data do início do conclave ainda não foi estabelecida.

Durante o pronunciamento após a reunião dos cardeais, o arcebispo Piero Marini, professor de cerimônias, afirmou que o rosto do papa João Paulo II será coberto com um véu de seda branco antes de o caixão ser fechado, nos minutos anteriores ao início do funeral.

Cardeais juram manter segredo sobre o conclave

Todos os cardeais que chegaram a Roma para participar do conclave que elegerá o novo Papa juraram manter em segredo tudo o que diz respeito à solene cerimônia, sob risco de excomunhão. O juramento é prestado na chegada ao palácio apostólico, confirmou uma fonte vaticana.

Apesar da data do conclave não ter sido determinada, se sabe que deve começar, segundo as normas, entre 17 e 22 de abril.

No juramento, estabelecido na Constituição Apostólica promulgada por João Paulo II, prometem "guardar segredo sobre tudo que está relacionado de algum modo com a eleição do romano pontífice e sobre o que acontece no local da eleição".

Segundo a mesma fonte, todas as pessoas que prestam serviço aos cardeais, de freiras a religiosos, também prestam juramento e não podem divulgar detalhes sobre as reuniões.

Os cardeais de todo o mundo que começaram a chegar a Roma para a eleição do sucessor de João Paulo II se hospedam na "Casa Santa Marta", uma espécie de hotel com todas as comodidades dentro do palácio apostólico.

"O que entra não volta a sair", afirmou a mesma fonte, que explicou que todos os cardeais residirão neste local, inclusive os que trabalham e vivem perto do Vaticano, no período de celebração do Conclave.




Fonte: Agência EFE

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