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Nacional
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 02:37
Por: Cristiane Samarco

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Brasília - Provocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PMDB saiu nesta terça-feira em socorro do ministro da Previdência Social, Romero Jucá. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou as emissoras de televisão para fazer a defesa do ministro, envolvido em denúncias de uso indevido de financiamento público e de suspeita de corrupção. "Romero é uma indicação que honra muito o partido. Ele tem respondido a absolutamente tudo, de forma convincente, e não temos nenhuma dúvida de que será o melhor ministro da Previdência de todos os tempos", disse Renan.

A manifestação é parte da reação estratégica que está sendo montada pelo partido e pelo ministro, a pedido do Palácio do Planalto. O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), também ocupou a tribuna para defender Jucá, dizendo que ele está forte no cargo e empreendendo ações que podem solucionar o problema de déficit da Previdência.

Nas declarações às emissoras de televisão, Renan frisou que o ministro tem "a confiança, o respaldo e o apoio" do partido que o indicou para o cargo e que Jucá já esteve com o procurador geral da República, Cláudio Fonteles, oferecendo-se para dar todas as explicações necessárias e pedindo celeridade nas investigações da Polícia Federal.

O próprio Jucá contou que procurará Fonteles novamente nas próximas horas, para entregar-lhe todos os documentos que seus advogados reuniram na tentativa de esclarecer de vez sua participação no caso da empresa Frangonorte e nas denúncias de corrupção no município do Cantá (RR). Esses dois casos já eram de conhecimento do governo antes mesmo de ele assumir o ministério, uma vez que o próprio Jucá tomou a iniciativa de montar um dossiê sobre o assunto e remeter ao Planalto.

Incomodado com as denúncias nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou pessoalmente sua confiança em Romero Jucá nesta terça-feira, em reunião da qual participaram o núcleo político do Planalto e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Ao mesmo tempo, porém, Lula fez duas recomendações ao ministro: que produza uma "defesa incontestável" à Procuradoria Geral da República e apresse a criação de fatos positivos na Previdência, capazes de virar o noticiário em favor do governo.

Também foi assunto na reunião do Planalto a denúncia de que ele patrocinou emenda a uma medida provisória do governo, para permitir que terras na Amazônia, sob suspeita de serem áreas de domínio da União tomadas por grileiros, fossem usadas na quitação de débitos previdenciários.

Neste caso, ele contou com a ajuda do ministro da Casa Civil, José Dirceu, em sua defesa. Foi lembrado que a emenda surgiu com o apoio inclusive do Ibama, que queria as áreas, e mais: que advertido por Jucá do acordo na Câmara com a participação do PT, Dirceu limitou-se a adiantar que o veto presidencial seria inevitável.




Fonte: Agência Estado

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