Protestos na posse de novo presidente mexicano deixam 20 feridos

Ao menos 20 pessoas ficaram feridas, entre os quais um estado grave, neste sábado durante os choques entre manifestantes e policiais nas imediações do Congresso mexicano horas antes do início da cerimônia de posse presidencial de Enrique Peña Nieto.

Na sessão do Congresso, o deputado de esquerda Ricardo Monreal denunciou que o jovem Carlos Valdivia havia morrido no confronto, mas sua morte não foi confirmada por outras fontes.

As imagens do canal mexicano "Milenio" mostraram o jovem caído no chão, imobilizado e, quando tentaram arrastá-lo por uma perna, não estava reagindo.

O movimento "Yo Soy 132", que convocou este protesto, negou que o jovem tivesse morrido, assim como as fontes oficiais consultadas.

Dezenas de integrantes do movimento estudantil, que surgiu no último mês de maio, lançaram morteiros e pedras e derrubaram cercas metálicas instaladas para proteger o Palácio de San Lázaro, sede da Câmara dos Deputados.

Os membros da Polícia Federal e do corpo antidistúrbio da Cidade do México responderam com gás lacrimogêneo, restabeleceram as cercas e impediram a passagem dos manifestantes, que utilizaram aerossóis para atear fogo.

O esquema de segurança foi reforçado para conter os protestos dos jovens, que consideram Peña Nieto um presidente "imposto" pelo canal "Televisa".

O movimento "Yo Soy 132", que para exigir equilíbrio informativo na campanha eleitoral, convocou um concentração nas instalações do Congresso para protestar pela volta ao poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI) pelas mãos de Peña Nieto.

Aos estudantes se uniram grupos de professores, enquanto em outros pontos da cidade protestarão o Partido da Revolução Democrática (PRD) e o Movimento de Regeneração Nacional (Morena), liderado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador.

IRREGULARIDADES

Obrador ficou em segundo lugar no pleito do 1º de julho e não reconheceu o triunfo de Peña Nieto após denunciar irregularidades no processo eleitoral.

Peña Nieto assumiu a Presidência no primeiro minuto deste sábado em um ato realizado no Palácio Nacional, no qual o presidente em fim de mandato, Felipe Calderón, lhe entregou a bandeira do país.

Depois desse breve ato, o político do PRI tomou o juramento dos membros de seu gabinete de segurança e celebrou o fim de "uma transição governamental ordenada, legal e transparente".

Mais tarde jurará seu cargo em cerimônia solene no Congresso perante os deputados e senadores mexicanos, depois do que se deslocará ao Palácio Nacional para oferecer seu primeiro discurso perante mais de uma centena de delegações de outros países que chegaram para a posse.