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Internacional
Segunda - 04 de Abril de 2005 às 07:47

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Cidade do Vaticano - A imprensa francesa coincide nesta segunda-feira em apresentar João Paulo II como "um papa excepcional", mas está dividida quanto à sua herança, na qual alguns diários identificam "traços de obscurantismo".

"Papa de ferro e estrela pop, Karol Wojtyla compartilhou mudança e conservadorismo, compromisso com o mundo real e defesa reacionária do dogma", afirma o editorial do diário esquerdista Libération, para quem João Palo II "permanecerá como a encarnação de um pai severo" em matéria de costumes.

"Sua oposição férrea à contracepção e ao preservativo, mesmo na luta contra a Aids, suas repetidas condenações ao homossexualismo, figuram entre os grandes pontos negros" de seu pontificado, acrescenta L´Humanité. Para o jornal, João Paulo II foi "um papa crispado", irredutível em relação a temas como o celibato sacerdotal e o sacerdócio feminino.

La Croix, diário de referência da atualidade religiosa, exalta em editorial "o fervor universal" e a "imensa onda de gratidão que se manifestou no planeta Terra por quem já não se encontra presente".

Le Figaro analisa a herança do pontífice morto, em particular "o desafio da evangelização", afirmando que João Paulo II "manteve o esplendor do catolicismo".

"E agora?", indaga o France-Soir referindo-se ao futuro da Igreja depois do Papa João Paulo II. Segundo a publicação, com a morte do pontífice "a Igreja se encontra em uma encruzilhada" e os cardeais que escolherão o novo papa devem "refletir e decidir se querem iniciar uma nova era ou permanecer ancorados no passado".




Fonte: AP

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