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Internacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 21:45

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O círculo de colaboradores mais íntimos do Papa João Paulo II terá de abandonar o Vaticano após a morte do Pontífice, que permaneceu mais de 26 anos à frente da Igreja Católica. Não somente os membros da Cúria - o Governo do Vaticano - perderam seus cargos com a morte do Papa, mas também o porta-voz, Joaquín Navarro Valls.

Por sua vez, o 'clã' polonês, os dois secretários particulares e as religiosas que estavam a seu serviço desde que João Paulo II era bispo de Cracóvia, têm sete dias para deixar o Vaticano. Este prazo foi promulgado pelo próprio João Paulo II, que ao ratificar a Constituição Apostólica em 1996, aboliu a normativa vigente até então, que previa a retomada imediata dos apartamentos dos colaboradores do Papa após a sua morte para evitar tentações sobre as propriedades da Igreja.

Entretanto, só se pede o escritório e os aposentos do Papa até que se realize o inventário pelas autoridades correspondentes.

O futuro é incerto para as irmãs Tobiana, Germana, Fernanda, Matylda e Eufrosyana, que viveram por e para seu ilustre compatriota desde que João Paulo II era bispo da Cracóvia, assim como seus secretários particulares, os também poloneses Stanislaw Dziwisz e Stanislaw Mietek. Os dois secretários e as três freiras, em particular Tobiana - formada em medicina, mesmo sem praticar o ofício -, que permaneceram dia e noite na cabeceira do Papa durante a piora de seu estado de saúde nos últimos meses, eram os familiares do Pontífice aludidos por Navarro Valls horas antes do fim da agonia de João Paulo II.

Monsenhor Dziwisz, 64 anos, filho espiritual de Karol Wojtyla, que morreu no sábado aos 84 anos tendo em sua mão a do seu fiel secretário, somente se afastou da cabeceira do Papa na Quarta-feira Santa durante uma semana por ordem médica por estar gripado. Até agora, muitos pensavam que Dziwisz, que participará da organização do funeral, poderia ser o cardeal 'in pectore', nomeado por João Paulo II em outubro de 2003 em retribuição a seus leais serviços por mais de 40 anos, mas o Papa, ao que parece, levou este segredo consigo.

O porta-voz do Papa mais ligado à mídia que teve a Igreja Católica e um dos laicos mais poderosos do Vaticano, Navarro Valls, também terá de fazer suas malas.

Curiosamente, somente o médico particular de João Paulo II, o romano Renato Buzzonetti, está a salvo desta 'faxina vaticana'. Contudo, do alto dos seus 81 anos, é possível que Buzzonetti não fique muito tempo a serviço do próximo chefe da Igreja Católica.




Fonte: AFP

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