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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 21:15
Por: Vanildo Mendes

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Brasília - Um efetivo de 400 a 600 homens da Força Nacional de Segurança Pública chega esta semana ao Rio para ajudar no combate à onda de violência que domina o Estado e resultou, só na última quinta-feira, na chacina de 30 pessoas na Baixada Fluminense.

A informação foi dada hoje pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, após encontrar-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Granja do Torto, para discutir um reforço ao auxílio do governo federal às autoridades estaduais de segurança.

Segundo o ministro, a chacina está muito perto do esclarecimento, porque os criminosos agiram de forma ostensiva, claramente para afrontar a autoridade do Estado. O superintendente da Polícia Federal no Rio, José Milton Rodrigues, informou que existem pelo menos 10 suspeitos de envolvimento na chacina.

Até agora, dois policiais foram presos, por ordem judicial e outros dois estão sendo procurados. "Isso não significa que o crime esteja elucidado e que não haja outros envolvidos. As investigações prosseguirão até que todos os responsáveis por esse crime hediondo estejam na cadeia", afirmou Thomaz Bastos. Para ele, só a certeza da punição pode reduzir a criminalidade no Brasil.

A ida dos policiais da Força faz parte do plano de ajuda federal aprovado em fevereiro, a pedido do governo do Rio, quando a violência no Estado, sobretudo na periferia, ficou fora de controle. Eles se somarão às equipes das Polícias Federal e Rodoviária, já deslocadas ao Estado desde o massacre.

Segundo o ministro, Lula continua indignado com o episódio e entende que se trata de um desafio do poder paralelo do crime à autoridade do Estado. "Ele determinou que o governo federal acione todos os meios disponíveis, inclusive a inteligência da PF, para que sejam asseguradas apuração rápida e punição dura a todos os envolvidos", disse Bastos.

A Força é uma tropa de elite especializada no enfrentamento de graves distúrbios da ordem pública e combate ao crime organizado, pronta para entrar em ação em qualquer ponto do território nacional, como alternativa ao emprego das Forças Armadas. Criada no ano passado, ela é integrada por policiais militares, civis e bombeiros, entre os melhores quadros, enviados a Brasília para receber treinamento na Academia Nacional da PF.

Até agora, 2.400 homens já receberam treinamento e até o final do mandato, o governo pretende deixar um efetivo quatro mil em condições de ação. A tropa já foi acionada, com êxito, para conter graves distúrbios no Espírito Santo, no final do ano passado e chegou a entrar de prontidão para atuar na Terra do Meio, região do Pará onde foi assassinada a freira Dorothy Stang, em fevereiro passado.

Thomaz Bastos explicou que o deslocamento ao Rio depende apenas de reformas que estão sendo concluídas nas instalações do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da PM fluminense, para receber os integrantes da Força. Eles vão se integrar às operações conjuntas que os governos federal e estadual desencadearão ao longo deste ano para desarmar os chamados soldados do tráfico, que estariam entrincheirados nos morros, favelas e zonas densamente habitadas da periferia.




Fonte: Agência Estado

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