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Nacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 19:25
Por: Alessandra Saraiva

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Rio de Janeiro - "Foi como se eu perdesse um pai, um irmão". Foram essas as palavras usadas pelo arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Eugênio Salles, ao descrever sua reação à morte do papa João Paulo II. Na terça-feira ele viaja para Roma, onde acompanhará as cerimônias fúnebres.

Dom Eugênio, que participou das eleições de João Paulo I e João Paulo II, não irá mais votar na escolha do novo papa. "Tenho mais de 80 anos, não participo mais das votações", disse. Na avaliação dele, o conclave de cardeais é o instrumento para a eleição do Papa, "mas quem dirige a eleição é o Espírito Santo".

O cardeal não concorda com as especulações que estão sendo feitas sobre a linha a ser adotada pelo novo papa, comentando que qualquer previsão nesse sentido "não será autêntica, nem segura". Dom Eugênio fez, ainda, a sua interpretação sobre a imagem de conservador atribuída a João Paulo II. "O papa só pode ser conservador, se ele for um papa autêntico, porque ele somente pode ensinar o que Cristo ensinou."

Além de destacar a fidelidade de João Paulo II aos ensinamentos de Jesus Cristo, o cardeal lembrou a atitude do falecido papa no combate à pobreza e à miséria, além de sua proximidade com todas outras religiões. "Nos meus 84 anos, eu nunca vi nada que se assemelha à essa reação do mundo (à morte do Papa)", disse. "Ele foi um homem extraordinário em seu amor à humanidade".

D. Eugênio, porém, desclassificou a expectativa criada em torno de o novo papa ser brasileiro ou de outro país latino americano. "Quem vier, não virá por ser brasileiro e sim por ser escolhido pelo Espírito Santo. Por isso, não tenho essa expectativa", disse.




Fonte: Agência Estado

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