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Esportes
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 12:34
Por: Bruno Lousada

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Rio de Janeiro - Neste domingo tem Fla-Flu. O Maracanã vai estar lotado e um dos dois levará para casa o título da Taça Rio o segundo turno do Campeonato Carioca. O clássico expõe alguns contrastes, o que não lhe tira o brilho. De um lado, o Flamengo, com sua política de austeridade financeira, que luta para manter os salários em dia e aposta nas revelações das categorias de base. Do outro, o Fluminense, clube que mais investiu em reforços para o Campeonato Carioca - contratou 11 no total, fora o técnico Abel Braga -, fruto de uma parceria forte com uma empresa de saúde.

O Tricolor mostrou progressos no torneio curiosamente a partir da perda do craque Felipe, suspenso por seis meses, e, por causa também de sucessivas contusões no elenco. Por isso, seu treinador se viu obrigado a lançar jovens atletas. Mais do que a sensação de derrotar o rival na final da Taça Rio, a partir das 16 horas, no Maracanã, o clássico é uma boa oportunidade para os jogadores deixarem o nome registrado na história dos Fla-Flus, intitulado o mais charmoso do Rio.

Quem conquistar o troféu do segundo turno, decidirá o título estadual contra o Volta Redonda, em duas partidas, nos dias 10 e 17 de abril.

Ainda há um tempero a mais nesse jogo. Para seguir na luta pelo bicampeonato e, ao mesmo tempo, determinar a queda da hegemonia tricolor ao longo das 99 edições do Carioca - 29 contra 28 conquistas do Flamengo - , a equipe do técnico Cuca precisa, primeiramente, eliminar o rival.

Nas Laranjeiras, há uma cobrança enorme para o Fluminense se sagrar campeão de um torneio expressivo. Nos últimos sete anos, o clube conquistou a Série C do Brasileiro, em 1999, e o Carioca de 2002, apelidado de "Caixão", em referência à falência financeira dos clubes e à má administração de Eduardo Vianna à frente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) - foi um dos torneios mais desorganizados e tumultuados promovido pela entidade.

Por essas razões, o apelo do clássico surpreendeu até mesmo as autoridades. Desde sexta-feira, a carga total de ingressos (65.760) esgotou-se. Durante a semana, houve conflitos entre policiais militares e torcedores nos arredores do estádio por causa da quantidade de pessoas em busca dos bilhetes. Em meio aos tumultos, vários cambistas foram presos.

Mas nem tudo é motivo de euforia. O jogo deste domingo se ressente da presença de, pelo menos, um craque - aquele que é saudado com entusiasmo pela torcida de seu clube e hostilizado pela rival, além de ser a principal esperança de gols e de lances geniais. Se não há quem assuma o papel principal, sobram coadjuvantes. Dos pés do lateral-direito Gabriel, do Fluminense, e do meia Fellype Gabriel, do Flamengo, costumam sair boas jogadas.

No ataque, haverá um interessante duelo entre Dimba e Tuta. Artilheiros por vocação, eles vivem situações diferentes. O atacante rubro-negro é visto com desconfiança pela torcida. Foi contratado a peso de ouro e, até o momento, não fez o que mais se espera dele: muitos gols.

Já o artilheiro tricolor, que já defendeu as cores do rival, começou bem a temporada, teve boas atuações e conta com o apoio dos torcedores. "Acho que vou balançar as redes", previu Tuta, acirrando a rivalidade. Na bola, é claro, sem violência.




Fonte: Agência Estado

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