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Internacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 11:03
Por: Vera Rosa

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Brasília - Depois do pronunciamento que fez na noite deste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu a três perguntas de jornalistas e confessou que gostaria que um brasileiro sucedesse João Paulo II.

“Você está perguntando um desejo meu? Eu sinceramente gostaria que ele (o próximo papa) fosse brasileiro”, disse o presidente ao ser questionado sobre se gostaria de ver um latino-americano no posto.

“Tenho tantos amigos cardeais aqui no Brasil e ficaria muito feliz se um deles fosse escolhido. É um problema da Igreja Católica mas, obviamente, se fosse da América Latina, estaria muito mais próximo de nós, conheceria muito mais dos nossos problemas.”

Ao contrário do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que chamou João Paulo II de “conservador”, Lula evitou a polêmica. Ao ser indagado sobre se o papa deixava um legado conservador por divergir de temas como a legalização do aborto, o casamento de homossexuais e combater a Teologia da Libertação, o presidente desconversou.

“Eu não posso medir um homem pelas divergências que tem com um segmento da sociedade. Eu tenho que medir a passagem do papa pela Igreja, por sua vida política e pelo que ele deixou de mensagens positivas para a humanidade”, disse.

Lula destacou que o papa chegou a visitar o homem que tentou matá-lo. “Ele também foi capaz de ter o gesto de grandeza de perdoar aquela pessoa. Então um homem dessa grandeza não pode ser medido, depois de sua morte, por algumas diferenças.”

Sobre sua posição pessoal sobre o aborto - o governo tem uma proposta para legalizá-lo, em determinados casos -, Lula afirmou que é contra.

“Ninguém faz aborto porque quer”, argumentou. “O que nós defendemos é que isso seja tratado como uma questão de saúde pública, para atender milhões de pessoas pobres que precisam de um atendimento e não têm. O mundo moderno exige que as pessoas se cuidem.”

Lula viajará para Roma, provavelmente na quarta-feira, para acompanhar os funerais do Papa.

Convidou para a sua comitiva os presidentes da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Nélson Jobim, além do cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, e de Dom Geraldo Majella, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).




Fonte: Agência Estado

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