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Nacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 02:38
Por: Vera Rosa

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Brasília - Em pronunciamento feito na noite deste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tem uma “dívida de gratidão” com o Papa João Paulo II. Lembrou que em 1980, quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, encontrou-se com ele, debaixo de chuva, no Estádio do Morumbi.

O Papa recebeu Lula e outros operários da direção do sindicato - que na época havia sido cassada - apesar da resistência dos militares.

“Não foi uma tarefa fácil porque, naquele tempo, os militares que tomavam conta da segurança do papa não queriam que nós entrássemos. Marisa e eu ficamos até duas e pouco da manhã debaixo de chuva para podermos ser recebidos pelo papa”, lembrou Lula, na Granja do Torto, ao lado da primeira-dama Marisa Letícia.

O presidente afirmou que João Paulo II o recebeu novamente em 1989. “E todas as vezes que um bispo brasileiro ia a Roma, ele falava da questão da justiça social, da necessidade da reforma agrária pacífica e de acabar com a fome e a miséria”, observou.

Para Lula, a humanidade perde mais que um papa. “Perde o símbolo da paz”, definiu. “Eu só posso pedir a Deus que encha o nosso planeta de homens com a mesma coragem que o Papa João Paulo II, com a mesma dedicação e a mesma perseverança dele de lutar e acreditar em coisas boas.”

Emocionado, o presidente recordou que o papa foi, como ele, operário na juventude e que, antes de chegar ao Vaticano, dedicou parte de sua vida lutando contra adversidades, como o nazismo.




Fonte: Agência Estado

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