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Economia
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 15:17
Por: Carlos Martins

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Estão disponíveis, atualmente, seis linhas de crédito específicas para apoiar o turismo rural. Os recursos oriundos do Pronaf estão à disposição nos bancos oficiais, mas, na maioria das vezes, por desconhecimento das gerências sobre os programas e por não sentirem muita confiança nos projetos apresentados, o candidato ao empréstimo recebe um não como resposta.

Esta situação foi discutida na tarde desta sexta-feira (01.04), durante um painel na 12ª Festa Internacional do Pantanal, onde foi abordado o tema Programa Nacional do Turismo Rural na Agricultura Familiar. Assim como o turismo no âmbito rural é alguma coisa nova no País, vencer as barreiras que se apresentam nesse sentido faz parte do trabalho de uma rede nacional (Rede Traf) que trabalha para promover políticas no setor.

"Peçam para o gerente acessar o site do Pronaf [www.pronaf.gov.br] ou liguem para o 0800-787000, que nós vamos esclarecer e orientar", disse o consultor do Ministério do Turismo Enzo Arns, um dos palestrantes do painel, ao lado do coordenador do Turismo Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ednei Bueno. Arns respondeu a um questionamento feito pelo proprietário da Fazenda JR, Chico Moura, que trabalha com turismo rural na região de Juscimeira e que relatou a dificuldade que teve com um banco., cujo gerente não liberou um empréstimo para ele investir na propriedade.

Coordenador do Pólo Cerrado, que está criando a Rota Águas Termais (que envolve quatro Municípios), Chico Moura construiu uma pousada na fazenda com 14 apartamentos e um salão de 600 metros quadrados para reuniões e festas. Os visitantes têm à disposição campo de futebol, podem fazer passeios a cavalo, pescar no Rio São Lourenço ou visitar as águas termais na região ou a Cachoeira da Prata, uma das mais belas da região. O dinheiro que ele precisa para melhorar a estrutura existe nos bancos oficiais. Quem acessar o site do Pronaf vai observar que as linhas disponíveis são o Pronaf Turismo rural, Pronaf Agroindústria, Pronaf Mulher, Pronaf Jovem Rural, Pronaf Agroecologia e Pronaf Florestal.

O consultor Enzo Arns disse que, se um projeto foi apresentado de forma individual e não estiverem muito claros a potencialidade e o retorno do negócio, é bem provável que seja mesmo rejeitado. Afinal, o turismo rural é uma coisa nova. Mas Enzo Arns sugeriu que os produtores se unam e apresentem os projetos em grupo, mostrando que uma determinada região precisa de recursos para desenvolver um roteiro rural turística que produzirá bons lucros.

O presidente da Empaer, Aréssio Paquer, que participou da abertura do painel, ao lado da secretária do Desenvolvimento do Turismo, Yêda Marli Assis, admitiu que as dificuldades em se obter os financiamentos podem atingir não apenas aos pequenos produtores, mas também aos maiores. Por isso, é importante buscar orientação dos Ministérios, das Secretarias, do Governo e também de parceiros que ajudam nos projetos, como o Sebrae e o Senar.

Falando para uma platéia formada por alunos e bacharéis dos cursos de Turismo, Biologia, Geografia e de outras áreas tanto, Enzo Arns explicou quais são as diretrizes e ações do Governo. Ele disse que Mato Grosso tem um potencial magnífico porque consegue congregar o melhor dos dois mundos que é uma agricultura importante com características marcantes como a tecnologia de ponta, comunidades ribeirinhas que mantém a cultura, o artesanato e a gastronomia e toda a riqueza natural, como rios, cachoeiras e matas. "Tem um grande potencial, só precisa trabalhar", afirmou.

O Ministério do Turismo está trabalhando em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário na execução da Rede Traf (Turismo Rural na Agricultura Familiar) e apóia com recursos e pessoal especializado. "O turismo rural leva em conta características de agregar valor a produtos e serviços rurais,da conservação da cultura e preservação do patrimônio histórico local, a idéia de ter uma relação direta coma agropecuária", disse Arns. Ele também admitiu que ainda não se conhece bem o que é o turismo rural. Por isso, está sendo feito um inventário pelo País para identificar as potencialidades, os locais, quais são as agências de turismo que trabalham no setor, quem são os guias, números de vans e ônibus disponíveis.

"Precisamos destes dados para formular uma política eficiente", disse o palestrante, salientando que o Ministério do Turismo tem dado ênfase à regionalização do turismo. Tanto é que no mês de junho será realizado em São Paulo, entre os dias 1° e 5 de junho, o Salão de Turismo Roteiros do Brasil. Na ocasião, serão apresentadas 111 regiões turísticas e, Mato Grosso, um dos participantes, assim como os demais Estados, irá apresentar pelo menos três novos destinos turísticos com potencial para o mercado externo. O plano prevê que até 2007 estarão definidas 219 regiões no País. "Este evento aqui já é uma prévia do que acontecerá em São Paulo", disse o consultor.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) considera que a clientela em Mato Grosso abrange não só a agricultura familiar, mas também pescadores artesanais e ribeirinhos, indígenas, assentamentos, remanescentes de quilombolas e habitantes das florestas. "O publico é muito forte e a presença dos dois Ministérios aqui mostra a importância deste evento", disse Ednei Bueno, coordenador de Turismo Rural do MDA. Além do crédito rural disponível no Pronaf, existem também recursos disponíveis por meio de editais – Chamadas de Projetos.

"Nesse momento, está aberto até o dia 25 de abril um edital com recursos voltados à capacitação de agricultores familiares", informou. As entidades interessadas podem obter mais informações pelo site do Pronaf (www.pronaf.gov.br).




Fonte: Secom - MT

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