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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 12:47

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O bispo polonês Stanislaw Dziwisz acompanha este momento da vida de João Paulo II com a discrição das últimas quatro décadas, mas sem se afastar do papa, o que o faz ser considerado um dos personagens mais influentes da Santa Sé.

Dziwisz, que neste mês completará 66 anos, é o secretário do papa, função que exerce desde que Karol Wojtyla era arcebispo da Cracóvia, na metade dos anos 60.

Em 1963, João Paulo II o ordenou sacerdote e, pouco depois, o bispo Dziwisz começou a se tornar a sombra do papa, por isso sua carreira eclesiástica se desenvolveu ao lado do Pontífice polonês.

Após sua escolha como papa, João Paulo II pediu que seu secretário da Cracóvia desempenhasse a mesma função em Roma e, em 1998, o nomeou bispo e governador civil adjunto da Casa Pontifícia antes de designá-lo arcebispo há dois anos.

Uma das recentes histórias ligadas ao Vaticano fala sobre o grande poder que Dziwisz ganhou com o progressivo desgaste físico do papa e suas relações às vezes conflituosas com vários cardeais da Cúria, entre eles o secretário de Estado Angelo Sodano.

Embora essas informações não tenham confirmação oficial, o certo é que as atribuições do bispo polonês dão a ele um grande poder de influência. É ele quem administra a agenda do papa, com a decisão de quem tem acesso ao Pontífice, e também pode fazer sugestões sobre as nomeações.

Além de suas funções profissionais, o secretário tradicionalmente manteve uma estreita relação pessoal com o Pontífice, pois os dois podem falar em polonês, sua língua materna, o que aconteceu quando João Paulo II estava muito cansado.

Nos últimos tempos, o estado de prostração do papa e sua incapacidade para falar deram a Dziwisz a condição de "porta-voz" dos pensamentos de João Paulo II.

Em séculos anteriores existia a figura dos "cardeais-sobrinhos", aqueles obtinham essa nomeação por causa de laços familiares com o papa e que serviam de elo de união com outros estamentos, em semelhança com o caso de Dziwisz, devido à idade e relação pessoal com João Paulo II.

Homem discreto e que pouco aparece na imprensa, Dziwisz é o principal expoente do grupo de poloneses que chegaram a cargos de responsabilidade na Santa Sé, e que agora têm o futuro eclesiástico em dúvida com uma mudança de papa.




Fonte: EFE

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