MPE investiga carta de funcionários com 32 reclamações sobre o serviço prestado pelo Samu
Porta de ambulância do SAMU cai durante resgate
Funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (SAMU) foram flagrados durante uma ocorrência de acidente de trânsito, tentando arrumar uma das portas principais do veículo, que despencou durante o resgate de uma vítima. Os funcionários tiveram que se dividir, para socorrer a vítima e para arrumar a porta. A cena é mais comum do que se imagina nesses resgates de pessoas, segundo fontes do RepórterMT.
Um enfermeiro que não quis se identificar contou que, além de peças quebradas, os veículos têm estado precário de conservação e, em alguns estão parados por falta de combustível. “Está sendo um trabalho extremamente estressante para a equipe já que, além de nos preocuparmos com a saúde das vítimas, precisamos cuidar da nossa segurança. Não é a primeira vez que uma porta se quebra no meio da ocorrência, e depois alguém da equipe precisa ir segurando a porta, se não ela cai”, contou.
Nesta semana, além do flagrante da porta que despencou, também foram registrados casos de ocorrência sendo atendidas por ambulância de modelo antigo e uma outra totalmente descaracterizada.
Mesmo com as fotos mostrando a situação, o diretor do Samu, Daoud Vidala, parece não querer enxergar e afirma que todas as ambulâncias estão em perfeito estado e são modelos novos. “Temos 22 ambulâncias em Cuiabá, 10 estão em ocorrências, e as outras 12 ficam de reserva. Assim que uma das dez apresenta problema, já substituímos, devido a isto, todas que estão em ocorrências na cidade estão em perfeito estado, prezamos pela segurança dos nossos funcionários”, disse o diretor.
Vidala disse ainda que não há necessidade das 22 ficarem em circulação, já que 10 seriam, segundo ele, suficientes para atender a demanda com rapidez. O diretor ainda criticou a reportagem por tocar nesse tipo de assunto. “Vocês [reportagem] têm que focar nos Prontos-Socorros, eles são o maior problema no Estado. Chegamos em uma unidade e as vezes precisamos ficar mais de meia hora, as vezes até 1 hora parados com o ferido no carro, porque não tem lugar para ele ficar no hospital. Algumas vezes o hospital recebe coloca no chão. Isso sim é problema e vocês deveriam cobrar isso”, disse o diretor.
Sobre a porta que se quebrou durante o atendimento, o diretor disse desconhecer, mas que se temos foto, ele acredita que foi um fato isolado e a ambulância já deve ter sido enviada para manutenção. Já a viatura do modelo antigo, o diretor diz que somente no interior tem algumas antigas e esta que vimos estava apenas de passagem na cidade e, sobre a ambulância descaracterizada, ele alegou que tem apenas uma assim, que é reservada para eventos, e esta deveria estar dando apoio em algum evento próximo, por isso foi atender a ocorrência.
INVESTIGAÇÕES
No mês passado, 60 funcionários da empresa enviaram uma carta para o Conselho Estadual de Saúde, com várias denúncias. Entre elas, a falta de médicos e equipamentos de trabalho.
O Ministério Público Estadual (MPE) investiga o caso das 32 reclamações. O diretor disse que alguns problemas citados, como a falta de luva, médico e medicação, não procedem. “Enviamos documentos para o Ministério Público para provar que não há nada errado. Quem quiser pode conferir”, disse.
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